quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Lourdes: nem todos veem mas todos sentem.
O que é?

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Em Lourdes há coisas que os romeiros parecem não notar.

Tal vez seja, e nisso concordo, que o ambiente imponderável que a gente sente se aproximando da Gruta – e já de longe! – é tão suave, acolhedor, aconchegante, familiar e sobrenatural que a gente esquece tudo o resto.

Só depois de refletir muito é que a gente bate na testa e exclama: como não percebi isso antes!

Um exemplo: em Lourdes não há nada que não seja comum, normal, proporcionado à vida de uma pequena cidade do interior.

Lourdes foi uma aldeia – hoje é uma cidade – ao pé dos Pirineus que no inverno ficam belamente coroados de neve. Mas não são os magníficos Alpes, nem os grandiosos Andes.

A Gruta milagrosa é uma anfractuosidade aberta no morro quiçá pela correnteza do rio Gave que em épocas de enchente desce com violência.

Fora disso, nada especial. Até a água que faz milagres – já foi analisada inúmeras vezes – é boa água natural, potável, como brota de tantas minas d’água que há, por exemplo, no Brasil.

Há santuários mariais muito abençoados que não são assim. Por exemplo, o de Nossa Senhora de Las Lajas, na Colômbia. Veja: Nossa Senhora de Las Lajas: uma história medieval fora da Idade Média!



Nossa Senhora de Las Lajas, na Colômbia
Essa imagem é espantosamente surpreendente em beleza e, é claro, em graça.

A imagem é de uma formosura como que incomparável que supera de longe o atrativo estético da imagem de Nossa Senhora de Lourdes.

Mas, pasme o leitor, em Las Lajas a imagem é um milagre estável e permanente.

Ninguém pintou nem fez nada, a pedra da gruta original exibiu desde o início o quadro.

Perfuram a pedra e em profundidade as cores são as mesmas que as da superfície. O quadro entra na pedra!

Por mais que se aprofunde se encontra pedra da cor da superfície em cada camada interior. Se se pudesse cortar o morro em fatias se tiraria outras tantas imagens idênticas! Isso é uma coisa do outro mundo!

Las Lajas é o ponto do Universo em que Deus assinou a Criação como um artista assina seu quadro.

Ali tem a assinatura do Deus que fez verdadeiramente o Universo. E Deus assinou não com letras e nome, mas com o vulto da Mãe dEle.

Ele quis assinar nascido de Maria, como Menino filho d’Ela e Rei do Universo, com coroa, e Ela também.

É difícil dizer o que é que e mais grande: o milagre de Lourdes ou o milagre de Las Lajas.

Poderia se discutir ainda se algum desses portentos é ainda maior ou menor do que o milagre da Santa Casa de Loreto.

Essa foi transportada pelos anjos, numa noite, desde Nazaré até a Itália – por volta de 2.500 quilômetros – para preservá-la dos invasores islâmicos. Veja: Anjos levaram a casa de Maria de Nazareth a Loreto: única tese que resiste à crítica científica

Daria uma linda porfia: a casa que os anjos trouxeram ou a rocha em que Deus assinou como artista supremo do Universo ou a Gruta de Lourdes onde os milagres não têm conta.

Lourdes não tem nada especial para concorrer com esses outros santuários maravilhosos.

A pedra da Gruta transuda umidade da mais normal.
Todos molham nela qualquer coisa que estiverem levando.
A Gruta de Lourdes é tão comum que antes das aparições servia para guardar porcos ou para queimar lixo.

Pois bem, o fato é que Nossa Senhora pôs os pés aí. Então a gruta banal por natureza virou extraordinária.

Um imponderável sobrenatural, tão imponderável e tão sobrenatural que supera qualquer atrativo natural que os há – e muitos – perto da cidade de Lourdes.

As pessoas não encontram palavras para exprimir o que sentem. E então fazem o que só se entende pelo desejo de pegar com a mão esse imponderável – que não se pega com a mão porque é imponderável – mas que está ali, tão real quanto a pedra da Gruta.

Por exemplo, o costume praticado por todos de caminhar de uma ponta à outra da Gruta sem descolar a mão da pedra. É como se todos tentassem receber algo impalpável que está ali, embora não se veja.

Nossa Senhora não mandou fazer isso, Santa Bernadette não mandou, ninguém mandou. Mas todo mundo faz, eu também faço e nunca deixarei de fazer.

A pedra que é áspera por natureza já está lisinha e até agradável de tão lisinha que ficou, alisada por milhões de mãos passando.

Saindo da Gruta, a pedra transuda uma umidade. É água comum que não provém da fonte. É umidade da mais normal que se encontra em sei lá quantas montanhas, morros, pedras ou penhascos.

Entretanto, todos se apressam a molhar nela seu lenço, seu papel com um pedido, a foto de um ser querido, qualquer coisa que estiver levando.

E quando não tem nada, as pessoas esfregam a mão na pedra úmida e fazem o Sinal da Cruz como se fosse com água benta! Beijam, enfim, não sabem o que mais fazer.

E na saída voltam-se mais uma vez para ver o que não se vê, mas com os olhos vidrados pela emoção.

Nessa presença discreta, imperceptível ao olhar, mas intensamente experimentada pela alma, reside um dos maiores atrativos que Nossa Senhora pôs em Lourdes para atrair as almas a Si e a seu Divino Filho.


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Acompanhe online o que está acontecendo agora na própria gruta de Lourdes pela Webcam do santuário.

Um comentário:

  1. JESUS, COMO TENHO VONTADE DE PELO MENOS TOMAR ÁGUA DA GRUTA DE LOURDES

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