Santa Bernadette: corpo incorruto em Nevers |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A noite de 15 a 16 de abril de 1879 foi a última de Santa Bernadette neste vale de lágrimas. Ela tinha 35 anos de idade.
Por volta das 11 horas da manhã ela quis se levantar. As religiosas a colocaram sobre uma poltrona.
Nessa hora ela ouviu o sino chamando as freiras para o almoço e pediu-lhes perdão por fazê-las atrasar.
Ela olhava sempre para um crucifixo fixado na parede.
Entre meio-dia e uma hora ela tentou comer alguma coisa, mas não conseguiu.
“Seu estado de extrema debilidade me impressionou... Eu achei que era meu dever alertar a enfermeira e chamar a comunidade” – disse a Madre Josefina Forestier.
O Pe. Febre veio logo, confessou-a de novo e recitou com ela a Oração dos Agonizantes. Ela respondia “com uma voz débil, mas clara”.
O sacerdote lembrou-lhe as palavras bíblicas do “esposo divino”:
— “Cola-me como um selo sobre teu coração” (Cântico 8,6).
Tomando o crucifixo ela o colocou sobre o coração, apertando-o com força. Como ela queria que o mesmo ficasse sempre nesse local, amarraram-no com uma fita para evitar que caísse devido aos movimentos involuntários causados pela dor.
Por volta de duas horas e quinze, uma das religiosas lhe perguntou:
— Minha irmã, vós sofreis muito?
— Tudo isso é bom para o Céu – respondeu Bernadette.
Enfermaria do convento onde faleceu Santa Bernadette |
— Não, respondeu a agonizante, consolações não, mas força e paciência.
Naquele momento, Santa Bernadette lembrou-se da bênção que o Beato Papa Pio IX lhe tinha concedido para a hora da morte. Ela queria ter o papel nas mãos para recebê-la efetivamente.
Foi-lhe lembrado que isso não era necessário, bastando apenas a intenção de recebê-la pronunciando o nome de Jesus.
Nesse momento ela tentou se levantar um pouco, e apoiando a mão direita sobre o braço da cadeira, elevou o olhar para o céu e levou a mão esquerda à testa.
Seus olhos tinham uma expressão comovedora e ficaram voltados durante alguns instantes para um ponto fixo. As feições de seu rosto transmitiam calma, serenidade e, ao mesmo tempo, uma gravidade melancólica.
Poltrona sobre a qual expirou a Santa |
— Oh! Oh! Oh!
E um frêmito percorreu todo seu corpo.
Faltando 5 minutos para as 15 horas, o sino tocou para as ladainhas que a comunidade recita todos os dias na capela.
Santa Bernadette disse que queria descansar um pouco. O confessor e as religiosas se retiraram.
Uma acompanhante disse:
— A Santa Virgem vai descer ao vosso encontro.
— Ah sim! Eu espero.
Por volta das 15 horas, ela pegou seu crucifixo, contemplou-o por um instante com amor, e depois beijou lentamente, uma por uma, as chagas de Cristo.
— Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por mim, pobre pecadora.
Alguns instantes depois, ela pediu para beber água.
Com um gesto expressivo, fez um grande sinal da Cruz, pegou a garrafinha com uma bebida fortificante que lhe foi oferecida, engoliu duas vezes algumas gotas, e inclinando a cabeça entregou suavemente sua alma.
Sóror Gabriela, a enfermeira, entrou nesse instante.
— Eu cheguei exatamente na hora para receber seu último suspiro, que ela exalou muito suavemente, apoiada em meu braço. Ela segurou o crucifixo com a mão, apertando-o sobre seu coração. E inclinando-se para a direita, fechou os olhos.
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Santa Bernadette rogai por nós
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