Anna Santaniello, antes da cura e 50 anos depois |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Desde que começaram a ser analisadas com todo o rigor dos métodos médicos, mais de 7.000 curas inexplicáveis pela ciência foram constatadas pelo Departamento Médico de Lourdes, registrou entre outros “Aleteia”.
O número de curas prodigiosas supera muito largamente esse número, mas na maioria dos casos os beneficiados não possuem a documentação clínica exigida, ou não podem voltar a Lourdes para acompanhamento pós-cura, ou foram sarados de doenças psiquiátricas não constatáveis por chapas ou exames físicos de algum tipo, etc.
Após a medicina se reconhecer incapaz de explicar ditas curas, o bispo diocesano do fiel curado deve proclamar que houve o milagre.
A ciência vai até o limite do que lhe é possível. O milagre é um fato de origem sobrenatural e só pode ser declarado pela Igreja e seus hierarcas autorizados.
O Departamento Médico de Lourdes foi constituído e é liderado por médicos e cientistas para julgar o número imenso de pessoas que se declaram curadas pela água de Lourdes ou por orações no santuário.
O “Bureau“, como também é chamado, é constituído por 20 médicos e cientistas estáveis e seus registros estão abertos a qualquer médico ou cientista que queira fazer a própria investigação particular ou contestar qualquer caso específico reconhecido como “milagroso”.
Alexis Carrel, (1873 — 1944) Nobel de Medicina de 1912 |
Mas foi a Lourdes a assistir um caso para eventualmente descobrir tretas ou artimanhas. Assim testemunhou a cura de Marie Bailly em todos os pormenores clínicos.
A cura foi de tal maneira contrária a toda a ciência que ele dominava que ele próprio acabou se convertendo à fé católica depois de estudar com lupa o inexplicável que presenciou.
Aconteceu em 1902 quando um amigo médico o convidou para assistir doentes transportados por trem de Lyon até Lourdes. Carrell aceitou por amizade e pelo interesse em descobrir as causas naturais de curas tão rápidas.
No trem, a paciente Marie Bailly padecia de peritonite tuberculosa aguda. Seu abdômen estava consideravelmente distendido, com grandes massas dura e ela estava apenas parcialmente consciente.
O Dr. Carrell acreditava que ela morreria muito rapidamente tal vez antes de chegar a Lourdes. Outros médicos no trem concordavam com o diagnóstico.
Em Lourdes, Marie foi levada até a gruta, onde três jarros d’água foram derramados sobre seu abdômen.
Após o primeiro derramamento, ela sentiu uma dor lancinante, que diminuiu depois do segundo.
Após o terceiro, ela experimentou uma sensação agradável. Seu estômago começou a se achatar e seu pulso voltou ao normal.
O Dr. Carrel estava em pé logo atrás de Marie, junto com outros médicos, tomando notas e escreveu:
“O abdome, enormemente distendido e muito duro, começou a se achatar. Em 30 minutos [a protuberância] havia desaparecido completamente. Nenhuma descarga foi observada do corpo”.
Pouco depois Marie se sentou na cama, jantou e, no dia seguinte, saiu da cama sozinha e se vestiu. Embarcou no trem, sentou-se em um dos bancos duros e chegou a Lyon revigorada.
O Dr. Carrel pediu que ela fosse monitorada por um psiquiatra e um médico durante quatro meses.
Depois desse tempo, Marie se juntou às Irmãs da Caridade para trabalhar com os doentes e os pobres em uma vida bastante árdua. Ela faleceu em 1937, aos 58 anos, 35 anos após o milagre.
Assistindo a essa cura Carrel acreditou ter visto um milagre, mas era difícil declará-lo porque sabia que, se o caso se tornasse público, a sua carreira na Faculdade de Medicina de Lyon se arruinaria.
Mas a cura de Marie Bailly foi tão evidentemente milagrosa, tão rápida, completa e inexplicável, que se tornou pública no mundo.
Jornalistas assediaram ao Dr. Carrel até que ele redigiu o relato público do milagre. Acrescentou que a comunidade médica tinha se recusado injustificadamente a reconhecer fatos que pareciam de fato prodigiosos.
Luc Montagnier (1932 - ) Premio Nobel de Medicina de 2008 |
Ele retornou muitas vezes a Lourdes, e testemunhou um segundo milagre: a cura instantânea de um menino cego de 18 meses.
Até que em 1942 anunciou publicamente que acreditava em Deus, na imortalidade da alma e nos ensinamentos da Igreja Católica.
Mais próximo da nossa época, o Dr. Luc Montagnier também premiado com o Nobel de Medicina afirmou:
“Muitos cientistas cometem o erro de rejeitar o que não entendem. Não gosto dessa atitude. (…)
“Quanto aos milagres de Lourdes que eu estudei, creio que realmente se trata de algo inexplicável (…)
“Não consigo entender esses milagres, mas reconheço que há curas que não estão previstas no estado atual da ciência”.
Segundo o Dr. Montagnier é recomendável que os incrédulos, em vez de promulgarem os seus próprios dogmas de “intelectualidade superior” diante daquilo que não entendem, procurem conhecer o assunto com mais rigor científico e menos conclusões precipitadas (e anticientíficas).
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