Dr Michael Moran, médico do Comitê Internacional de Lourdes |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O Dr. Michael Moran foi a Lourdes como voluntário há poucas décadas, e não imaginava que viria a formar parte de uma equipe pequena, mas seleta, que avalia as curas apresentadas pelos fieis como milagrosas no Santuário de Lourdes.
O Dr. Michael é cirurgião e o primeiro médico irlandês a fazer parte do painel de médicos que julga segundo a ciência as curas surpreendentes.
Ele é católico da Irlanda do Norte e foi entrevistado pela “BBC News Northern Ireland”.
Ele diz que a nomeação foi uma surpresa. “Eu tinha sido voluntário em Lourdes durante anos e mantinha os contatos normais que qualquer médico pode ter com o Bureau Médico”, explicou.
O painel do Comitê Médico Internacional de Lourdes é composto por 40 médicos do mundo inteiro, especialistas em diversos campos da medicina, com diferentes folhas de serviço e treino.
Esse funciona como uma espécie de segunda instância médica que revisa e aprova ou não, as decisões do Bureau Medical, espécie de primeira instância para julgar os milagres alegados em Lourdes.
Sua função é decidir se à luz da ciência médica se explica ou não a cura que as pessoas afirmam ter experimentado em Lourdes.
“É mais do que tudo um comitê científico. Portanto nós não somos desse tipo de gente que vai dizendo que é um milagre. Isso é a Igreja que deve decidir”, explica o médico.
“Acredito que o mais importante é que os membros do Comitê Internacional têm que pôr suas crenças de lado, sejam eles favoráveis ou não a Lourdes, acreditem ou não que é um local onde acontecem milagres e curas.
“O Comitê está verdadeiramente organizado como um grupo de profissionais que trabalha com as mais exigentes provas médicas e pode pedir ainda mais provas para fundamentar o que a pessoa está dizendo”.
O Comitê Médico Internacional de Lourdes se reúne anualmente, mas as decisões podem demorar anos.
Os julgamentos dos médicos – e a consequente proclamação do milagre pela autoridade eclesiástica – não saem assim às pressas como se fossem decisões políticas, e não científicas e religiosas.
Dr Michael Moran, médico do Comité Internacional de Lourdes Na entrada do Santuário. |
“Por causa da necessidade do longo período de tempo estritamente definido pela Igreja para se ter certeza de que houve uma cura, ano após ano nós discutimos casos que na verdade não vão mudar muito e ficamos aguardando que passe a margem de tempo prefixada enquanto encomendamos novos exames ou testes se necessário”.
Desde 1858, por volta de 7.000 curas passaram por este exigente crivo e foram declaradas inexplicáveis pela ciência, embora só 69 tenham sido canonicamente declaradas milagres pelos bispos responsáveis.
“Esses são casos dos quais temos provas médicas absolutamente certas e que nós não podemos negar”, acrescentou.
“O caso mais recente foi o de uma mulher que tinha uma pressão sanguínea extremamente alta e um tumor na glândula adrenal que secretava adrenalina e mantinha sua pressão em nível muito alto, mas subitamente ela passou a sentir-se bem.
“Isso é característico: você sente subitamente que aconteceu algo diferente, ela percebeu quando estava tomando banho em Lourdes nos anos 1980 e o processo de reconhecimento do milagre só foi completado em 2011."
O Dr. Michael contou que o primeiro milagre que ele acompanhou foi o de um doente com um braço paralisado que recuperou o movimento subitamente.
“Outro exemplo típico foi a de um homem que veio da Itália e tinha um tumor na pélvis, e você podia ver a destruição do osso pélvico nas chapas de raios X que estão disponíveis para o público ver em Lourdes, mas o osso voltou a crescer, seja na pélvis e no fêmur, de um modo anatomicamente correto e que é muito difícil de explicar”, contou.
Mas, para o Dr. Michael, os milagres são apenas o “topo do iceberg” em Lourdes.
“Antes de tudo é um local onde as pessoas podem vir em tempo de férias, quando talvez já estejam em estado terminal e encontram uma paz que não se encontra em nenhum outro lugar”.
Perguntaram a ele se não haveria a possibilidade de as pessoas que vão a Lourdes serem objeto de algum efeito subjetivo, e não de uma verdadeira cura.
“Do ponto de vista do Comitê, respondeu, o que nós estamos fazendo é ver se o caso se explica ou não pela medicina; também há casos que acontecem em outros lugares que tampouco podem ser explicados.
“Nosso papel é discutir os fatos que se deram aqui num momento preciso com gente que realmente acredita que estão relacionados com uma experiência espiritual”, respondeu.
Também foi observado que há pessoas para quem a religião e a ciência dificilmente podem andar lado a lado.
“Eu me sinto bastante feliz, respondeu, vendo que as duas atitudes têm um papel para desempenhar aqui. Eu sei que não todos os cientistas ou médicos acreditam, mas eu certamente vi pessoas dessas que tiveram uma grande consolação espiritual em Lourdes.
“Eu mesmo tive uma impressionante experiência, que não posso descrever apropriadamente, porque este é um local cheio de paz, onde o doente de fato ocupa o primeiro lugar e onde você fica impactado vendo que se os hospitais de Belfast e do mundo todo fossem assim a toda hora, então o mundo seria um lugar melhor”.
E o que dizem seus amigos e parentes de seu papel aqui em Lourdes?
“Eu geralmente não falo para eles. Não me envergonho disso nem de nada. Pessoalmente, para mim é tal honra e uma tão grande tarefa, que não é o tipo de serviço de que você vai se pavonear”, concluiu.
Acompanhe online o que está acontecendo agora na própria gruta de Lourdes pela Webcam do santuário.
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Agradeço de coração o recebimento regularmente
ResponderExcluirde ;Lourdes e Suas Aparições;
Que Nossa Senhora nos abençoe a todos nós....