quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Em Lourdes, os milagres não cessam

Em Lourdes, os milagres não cessam
Em Lourdes, os milagres não cessam
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








A série de acompanhamentos científicos dos milagres ocorridos em Lourdes começou a bem mais de um século.

O intrincado, longo e exigente processo de comprovação dos mesmos em mais de 7.000 casos perfeitamente individualizados concluiu que a medicina não tem explicação, conferiu a Fundação Cari Filii.

Cabe à Igreja, e não à ciência, a declaração do milagre, pois é um posicionamento religioso.

O dossiê completo de cada caso medicamente inexplicável é encaminhado ao bispo da diocese do beneficiário da cura. O prelado é quem deve proceder a proclamar o milagre.

Porém, até a presente data, os bispos só reconheceram 70 casos como intervenções miraculosas de Deus.

O Escritório Médico de Lourdes deixa por vezes transcorrer décadas no acompanhamento da cura até o reconhecimento final, para ficar claro que ela é verdadeira e definitiva.



O otorrino Michael Moran, natural de Belfast (Irlanda do Norte), é especialista em câncer e responsável do Escritório de Lourdes que analisa os milagres.

“Isto é um comitê científico. Não usamos a palavra ‘milagre’. Isso é algo que a Igreja tem que decidir”, explica.

“Os membros da comissão médica devem pôr de lado suas crenças, estejam ou não a favor de Lourdes. Isto é um grupo de profissionais que reúne as melhores evidências médicas e pode encomendar ainda mais exames para fundamentar o que o doente afirma”, acrescenta o Dr. Moran.

Uma das características típicas procuradas pelo médico é de se a cura foi repentina.

“Outro exemplo típico é o de um italiano [Vittorio Micheli, 22 anos em 1962, soldado dos Corpos Alpinos], que tinha um tumor no osso pélvico cuja destruição se pode ver nos raios-x. Mas o osso voltou a crescer, tanto na pélvis como no fêmur, de forma anatomicamente correta, que é muito difícil explicar”, explicou Moran à BBC.

Anna Santaniello: antes e depois.
Anna Santaniello: antes e depois.
Moran também destaca a capacidade de cura interior e a serenidade que Lourdes passa para uma multidão de doentes. “Muitas pessoas com doenças terminais chegam aqui e muito obtêm do ponto de vista espiritual, eles e seus acompanhantes”, afirma.

Eis os reconhecimentos canônicos mais recentes:

Anna Santaniello: malformação cardíaca; milagre reconhecido em 2005

Anna Santaniello, de Salerno (Itália), padecia desde a infância de uma malformação cardíaca, declarada incurável pelos médicos. Quando fez quarenta anos, sua saúde piorou gravemente e ela quis ir a Lourdes. A doença lhe impedia de caminhar e falar claramente.

Segundo ela contou ao jornal “La Città” de Salerno, “eu quase não conseguia respirar e falei a meu irmão que meu ultimo desejo era ir a Lourdes”, aonde chegou “viva, mas de maca”.

Foi tomar banho nas piscinas ajudada por religiosas. Ela conta assim:

“A água estava gelada, mas senti logo que algo que fervia no peito, como se me tivessem restituído a vida. Em poucos segundos, me levantei com minas próprias forças e comecei a caminhar, recusando a ajuda dos enfermeiros que olhavam com incredulidade”.

Quando voltou a sua casa, marcou consulta com um ilustre cardiologista da época, que “me disse que não tinha nada, que estava saníssima e que ele não podia explicar os certificados e exames feitos precedentemente”.

Anna Santaniello voltou a Lourdes para servir como voluntária e no atendimento dos doentes. O milagre foi reconhecido pela Igreja em 2005, quando ela tinha 90 anos.

Sóror Luigina não caminhava mais. Depois foi ajudar os doentes, empurrando macas e carrinhos.
Sóror Luigina não caminhava mais.
Depois foi ajudar os doentes, empurrando macas e carrinhos.
Sóror Luigina: paralisia e dor; milagre reconhecido em 2012

Sóror Luigina Traverso é uma religiosa salesiana italiana gravemente doente de ‘ciática paralisante em meningocele que em junho de 1965 participou de uma “romaria Oftal de Tortona’”.

Era levada de maca e havia muito que não caminhava. Foi operada muitas vezes sem resultado.

Sóror Luigina entrou na água das piscinas do santuário. Depois, durante procissão eucarística, quando o sacerdote passou diante dela com o Santíssimo Sacramento, a religiosa sentiu um “intenso calor no corpo e o desejo de se levantar”.

Percebeu que voltava a mexer o pé e que a dor desaparecia. No quarto falou com o Dr. Danillo Cebrelli e com o delegado do bispado, Mons. Lorenzo Ferrarazzo.

O padre lhe disse: “Sóror Luigina, se quiser receber a bênção, levante-se e venha ajoelhar-se para rezar”. E a paralítica conseguiu!

De volta para casa quatro dias depois, o professor Claudio Rinaldi confirmou: “Boas condições gerais […] Articulações inferiores completamente flexíveis com vigor igual e simetria […] Sensibilidade normal”.

Daniella Castelli foi a Lourdes para se despedir da Gruta
e encomendar seus filhos.
Estava desenganada e voltou curada.
Danila Castelli: hipertensão com risco de morte; milagre reconhecido em 2013

Em 1981, Danila Castelli, italiana de Bereguardo, casada, 35 anos e quatro filhos, teve diagnosticado um câncer extraordinariamente virulento, que produzia tumores em todo o corpo.

Passou por oito cirurgias e vivia sedada para suportar as dores.

Em 1989 os médicos a desenganaram. Ela foi então com seu marido a Lourdes, sem pensar num milagre, mas só para ficar diante da Virgem.

Ia morrer com 43 anos e queria pedir a Nossa Senhora “que Ela estivesse sempre perto de seus filhos”.

Após fazer a oração, sentiu imediatamente que a dor desaparecera, assim como toda a doença.

Após ter passado 24 anos com saúde e servindo assiduamente como voluntária para ajudar os doentes em Lourdes, a Igreja reconheceu o milagre.



Acompanhe online o que está acontecendo agora na própria gruta de Lourdes pela Webcam do santuário.
CLIQUE AQUI: WEBCAM .

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