quarta-feira, 22 de maio de 2024

O milagre do terço salvou os missionários em Hiroshima

Os padres Hugo Lassalle (Superior dos jesuítas no Japão), Hubert Schiffer,
Wilhelm Kleinsorge e Hubert Cieslik [assinalados no círculo da foto]
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






No dia 6 de agosto de 1945, solenidade da Transfiguração de Nosso Senhor e praticamente no fim da II Guerra Mundial, a aviação americana lançou sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, a bomba atômica “Little Boy”, de urânio, que provocou a morte de 140 mil pessoas, mais de 70 mil feridos, e grande parte da cidade destruída.

Três dias depois, a mesma aviação lançou a bomba nuclear de plutônio, “Fat Man”, sobre a cidade de Nagasaki. Essa bomba destruiu a catedral da Imaculada Conceição, matando muitos católicos que estavam no templo.

Foi a primeira e única vez em que armas nucleares foram usadas contra alvos civis.

Devido à radiação, entre dois a quatro meses após os ataques atômicos, os efeitos agudos das explosões mataram entre 90 e 166 mil pessoas em Hiroshima, e 60 a 80 mil em Nagasaki.

Durante os meses seguintes, várias pessoas morreram por causa do efeito de queimaduras, envenenamento radioativo e outras lesões, que foram agravadas pelos efeitos da radiação.

Nesse terrível cenário, ocorreu nessa cidade um fato surpreendente, que passou a ser conhecido como o “Milagre de Hiroshima”: quatro sacerdotes jesuítas alemães sobreviveram à catástrofe, inclusive a seus efeitos, apesar de estarem muito perto do local onde a bomba explodiu.

Pe. Hubert Schiffer SJ
Esses religiosos eram os padres Hugo Lassalle (Superior dos jesuítas no Japão), Hubert Schiffer, Wilhelm Kleinsorge e Hubert Cieslik.

No momento da explosão, eles se encontravam na casa paroquial da igreja de Nossa Senhora da Assunção, um dos poucos edifícios que resistiu à bomba.

Um dos sacerdotes estava celebrando a Santa Missa, outro tomava o café da manhã e os demais se encontravam em dependências da paróquia.

O edifício religioso sofreu apenas danos menores, como vidros quebrados, conforme escreveu o Pe. Hubert Cieslik em seu diário, mas nenhum dano em consequência da energia atômica liberada pela bomba.

O Pe. Schiffer escreverá depois o livro O Rosário de Hiroshima, no qual narra tudo o que lhes sucedeu naqueles dias fatídicos.

Os religiosos atribuem sua preservação a uma proteção particular da Santíssima Virgem, pois “vivíamos a mensagem de Fátima e rezávamos juntos o Rosário todos os dias”.

Quando, mais tarde, esses jesuítas receberam tratamento médico, foi-lhes dito que devido à radiação eles teriam lesões graves, enfermidades, e inclusive uma morte prematura.

Porém, contra todas as expectativas, tal não sucedeu. Nenhum deles teve qualquer transtorno físico.

Pelo contrário, em 1976 — 31 anos depois do lançamento da bomba —, o Pe. Schiffer participou do Congresso Eucarístico de Filadélfia, onde relatou sua história.

Ele confirmou que os quatros jesuítas ainda viviam, sem nenhuma enfermidade.

Isso foi comprovado por dezenas de médicos que os examinaram cerca de 200 vezes nos anos posteriores, não encontrando qualquer sinal da radiação em seus corpos.

Catedral da Assunção de Nossa Senhora, em HIroshima, o novo templo hoje
Catedral da Assunção de Nossa Senhora,
em Hiroshima, o novo templo hoje
O Pe. Hugo Lassalle continuou em Hiroshima, e em 1948 naturalizou-se japonês com o nome Enomiya Mabiki.

De passagem por Roma, recebeu do Papa Pio XII autorização para recolher fundos destinados a reconstruir a igreja dedicada à Assunção de Nossa Senhora.

Em 1959, com a elevação de Hiroshima a diocese pelo Papa João XXIII, ela passou a ser catedral.

Sua construção começou em 1950 e foi concluída no dia 6 de agosto de 1954, nove anos após a explosão da bomba atômica.

É preciso dizer que a rendição do Japão se daria na solenidade da Assunção da Virgem aos Céus, 15 de agosto de 1945, poucos dias depois da explosão das bombas atômicas.

Hiroshima foi reconstruída totalmente, com aquela tenacidade própria aos filhos do Sol Nascente, contando hoje com mais de um milhão e cem mil habitantes.


(Fonte: ACIPrensa)


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quarta-feira, 8 de maio de 2024

Rico mesmo é quem tem Fé

Cela onde morava a família de Santa Bernadette na época das aparições
Cela onde morava a família de Santa Bernadette na época das aparições
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Imagine uma família riquíssima que tem tudo para viver bem. Mora na casa mais agradável que pode haver, tem iate, avião, facilidades de passar férias fabulosas, trabalho bom e leve, não há preocupação porque a fortuna é grande e próspera.

Os membros da família tratam muito bem da saúde, todos têm uma saúde florescente, tudo corre muito bem.

Mas se não há fé, essa família degringola.

A união desaparece entre os esposos, os filhos não querem bem aos pais, os irmãos não se estimam entre si, nascem as queixas, as reivindicações, e a família se desarticula.

Imagine uma família pobre.

Por exemplo, a família de Santa Bernadette Soubirous, a pequena trabalhadora manual, um pouco pastora, a quem apareceu Nossa Senhora na gruta de Massabielle, em Lourdes.

A família era paupérrima. Morava numa espécie de tugúrio, a bem dizer uma cela de prisão da delegacia local meio abandonada.

Entrada da cela onde morava a família Soubirous
Entrada da cela onde morava a família Soubirous
Eles não tinham senão o necessário para viver, e ainda assim faltava.

Nossa Senhora apareceu pela primeira vez a Santa Bernadette quando ela colhia gravetos para acender um foguinho e aquecer o “cachot” (cela) onde a família subsistia.

Mas eram unidíssimos, se queriam muito bem.

O fruto dessa família foi Santa Bernadette, uma santa a quem a Virgem apareceu!

Era uma família feliz. Dentro daquela pobreza, eles viviam muito bem, tranquilos, e o indispensável nunca lhes faltou.

Isso que se dá com as famílias, dá-se também com as nações.

Erram aqueles que imaginam que uma família rica é uma família que vai bem. Não.

A família que vai bem é a que é rica em Fé!

O grande tesouro é a Fé católica, apostólica e romana!

A família rica em Fé, esta vai bem; a família que não tem Fé se desarticula.

Também a nação rica em Fé vai bem. Se ela não é rica em Fé, ela se desarticula e leva tudo à breca.

O Brasil é rico, até riquíssimo em recursos. Vai bem?

O que lhe falta?

Não é a Fé?

Mais uma razão para rezarmos especialmente a Nossa Senhora de Lourdes em sua festa que já está muito perto de nós.



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