quarta-feira, 19 de julho de 2023

Paradoxo em Lourdes: muitos milagres reconhecidos pela ciência e poucas proclamações canônicas

Alice Couteault: um dos milagres estudados e aprovados
Alice Couteault: um dos milagres reconhecidos
e canonicamente aprovados
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Até 1998, 6.772 casos foram julgados “inexplicáveis”. Mas só 68 foram reconhecidos oficialmente pela Igreja.

O mais recente reconhecimento aconteceu em 11 de fevereiro de 2018, na pessoa da irmã Bernadette Moriau, da diocese de Beauvais, França, curada em 11 de julho de 2008.

Tais cifras são como “a árvore que oculta a floresta que há por trás”, segundo um ditado francês.

Com efeito, muitas pessoas não sabem que existe o Bureau Médico, não se apresentam e nenhuma apuração pode ter lugar.

Muitas outras não conservam, ou não tiveram a documentação médica que serve para documentar o milagre ou, ainda, não podem voltar nos anos seguintes para os exames indispensáveis.

Um número ainda maior é objeto de curas que os beneficiados têm certeza de serem sobrenaturais. Mas as doenças não têm características ou proporções para serem apresentadas ao Bureau.

Por exemplo, mau funcionamento de órgãos, distúrbios neuro-vegetativos ou psiquiátricos.

Maior ainda é o número de males de tipo espiritual ou moral, casos que não são suscetíveis de análise médica.

Ainda mais vasto é o leque dos favorecidos com graças que resolvem problemas de índole familiar, afetiva, profissional, econômica etc., que não entram no âmbito da medicina.

A crise da Igreja e a “pusilanimidade” freiam muitos reconhecimentos

Pode-se perguntar: havendo mais de seis mil casos certificados como inexplicáveis, por que apenas 70 foram reconhecidos pela Igreja?

Em 1862 — isto é, quatro anos após as aparições — foram proclamados sete milagres, mas depois houve silêncio até 1907.

Esse período foi marcado por governos ateus ou anticlericais na Franca. O Prof. Yves Chiron no livro “Enquête sur les miracles de Lourdes” (“Inquérito sobre os milagres de Lourdes”, Ed. Perrin, Paris, col. Synthèses historiques, 2008) julga que os bispos naquela circunstância histórica deixaram-se levar pela “pusilanimidade”.

Tinham medo de “ofender” governos que impulsionavam a Revolução anticristã declarando publicamente a veracidade dos milagres.

São Pio X estimulou os bispos a reconhecerem os milagres
São Pio X estimulou os bispos a reconhecerem os milagres
Tal situação cessou com São Pio X.

Este Papa, consciente do dever de todo Vigário de Cristo, deu mais uma prova de sua prudência e determinação.

Incitou corajosamente os Bispos franceses a reconhecerem os milagres, de preferência em cerimônia de grande aparato e edificação para os fiéis.

Foi assim que entre 1907 e 1913 ocorreram 33 proclamações, a metade de todas as havidas em quase 150 anos de milagres.

Porém, com a morte do Pontífice santo, o “desinteresse dos Bispos” provocou um novo “silêncio da Igreja”, segundo Chiron.

A omissão abrandou-se um pouco no fim do espantoso cortejo de catástrofes, com dezenas de milhões de mortes, da Segunda Guerra Mundial.

A partir de 1946 houve reconhecimentos eclesiásticos, embora a conta-gotas. Mas cessaram em 1965, ano de encerramento do Concílio Vaticano II.

“Bom número de Bispos tem podido julgar as proclamações de milagres como 'inaptas pastoralmente', considerando o espírito dos tempos pós-conciliares”, conclui o Prof. Chiron.

Entretanto, merecem menção duas felizes exceções: uma em 1976 e outra em 1978. Depois, o deserto de proclamações continuou até 1999, quando o Bispo de Angoulême (França) reconheceu canonicamente o caráter autêntico de uma cura.

E ainda mais recentemente duas na Itália e uma na França. Sem dúvida muito pouco considerando os milhares de processos científicos declarando que as curas foram inexplicáveis segundo as ciências humanas.

Chiron registra uma tendência, entre altos eclesiásticos, de tratar a palavra milagre como se fosse proibida. Em seu lugar, utilizam-se fórmulas pouco claras para o comum dos fiéis ou que diminuem a importância da cura milagrosa.


Leia na coluna da esquerda, um por um, todos os milagres reconhecidos.



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quarta-feira, 5 de julho de 2023

Milionário atribuiu seu sucesso
a Nossa Senhora de Lourdes

O Padre Nicola Ventriglia Omi, mostra fotos de Michele Ferrero no Santuário de Lourdes
O Padre Nicola Ventriglia Omi, mostra fotos de Michele Ferrero
no Santuário de Lourdes
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









No dia de São Valentim, faleceu o mais bem-sucedido empresário de doces e bombons da Itália.

Nascido em 1924, Michele Ferrero possuía uma fortuna calculada em 20,5 bilhões de euros, a maior do país e a quarta da Europa.

Embora megamilionário, Ferrero era muito diferente do “jet-set”: um ativo devoto de Nossa Senhora de Lourdes, a quem atribuía a vertiginosa ascensão de sua empresa, segundo a Fundação Cari Filii.

Esse filho de chocolateiros da pequena cidade de Alba não se fez rico com malabarismos ou manobras confusas.

Ele continuou com a tradição familiar, aplicando muito trabalho e inteligência, mas depositando suas esperanças em Nossa Senhora.

Em 1964, melhorando uma fórmula de seu pai, Ferrero criou Nutella. Lançou também o ovo de chocolate Kinder e as linhas Ferrero Rocher e Mon Cheri.

Sua empresa vendia o equivalente a oito bilhões de euros por ano, sendo superada somente pela Nestlé, que possui um leque muito mais vasto de produtos, no setor dos doces.

Na entrada de cada uma de suas 20 fábricas existentes no mundo ele mandou colocar uma coluna com uma imagem de Nossa Senhora de Lourdes.

Segundo o insuspeito quotidiano britânico The Guardian, a marca Rocher é uma alusão à pedra da Gruta de Massabielle, onde Nossa Senhora apareceu para Santa Bernadette.

Michele Ferrero: “o sucesso da Ferrero é mérito da Virgem de Lourdes.
Sem ela, nós pouco podemos”
Michele foi um exemplo vivo de que ninguém é ruim por ser rico, e que a riqueza é dada por Deus para fazer o bem.

Michele organizava todo ano uma peregrinação de seus empregados franceses ao Santuário de Lourdes, onde ele próprio costumava presidir a procissão das velas no final do dia.

E levava altos diretores de sua holding para participarem do ato religioso, invocando a intercessão de Santa Bernadette ante Nossa Senhora.

“As estratégias do grupo se debatiam entre terços e orações”, garante Giuseppe Rossetto, prefeito da cidade de Alba durante dez anos.

“O sucesso da Ferrero é mérito da Virgem de Lourdes.

Sem ela, nós pouco podemos”,
defendeu o multibilionário em uma de suas raríssimas declarações públicas, pois era muito reservado: não concedia entrevistas e há muito poucas fotos dele na mídia ou na Internet.

Giacomo, seu segundo filho, garantirá a continuidade do grupo familiar, que emprega 36.000 pessoas em todo o mundo.

Na Itália as greves são frequentes, mas elas não existiam em suas fábricas.O fato impressionava.

Michele Ferrero criou em 1983 uma Fundação que leva o nome de sua mulher e de seus filhos.

Ela proporciona bolsas para estudantes, serviço de saúde, aposentadoria, conferências, exposições e concertos.

Sempre sob o sinal harmonizador emanado d’Aquela a cujos pés ele deve agora eternamente encontrar-se e sobre a qual canta uma antífona: “Eu moro no mais alto dos céus e meu trono está sobre uma coluna de nuvens”: Nossa Senhora de Lourdes.



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