quarta-feira, 24 de abril de 2024

As Carmelitas de Lourdes

Santuário de Lourdes pela noite
Santuário iluminado na noite
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Há uma coisa talvez mais bonita do que os milagres em Lourdes: o Convento de Carmelitas.

É um convento de contemplativas que têm o propósito de expiar e sofrer todas as doenças para obter graças para os corpos e almas das pessoas que vão lá pedir essas graças.

Elas nunca pedem a sua própria cura e aceitam todas as doenças que queiram cair em cima delas em benefício das almas que vão à Gruta de Lourdes para pedir a sua própria cura.

Então elas sofrem coisas horrorosas, elas levam às vezes uma vida inteira de sofrimentos, e às vezes morrem de uma morte prematura com objetivo especial de fazer bem para as outras almas.

Esses atos de abnegação estão tão longe da natureza humana, e causam um tal horror ao egoísmo humano, que este é um milagre maior do que todas as outras curas que se fazem em Lourdes.

E que mostra bem qual é a intenção de Nossa Senhora nas curas de Lourdes: é a de produzir milagres de caráter espiritual e moral que levam as almas para o Céu.

Por quê?

O quê é que seria Nossa Senhora, se Ela aparecesse em Lourdes para fazer bem para os corpos que perecem, e não para as almas que não perecem? Qual seria esse amor d’Ela aos homens, a não ser o principal objetivo de levar para o amor de Deus?

Diante da Gruta de Lourdes
Multidão de doentes diante da Gruta
O maior ensinamento de Lourdes não é o ensinamento apologético, aliás, tão grande e importante. Mas é esse ensinamento da aceitação da dor, do sofrimento, da derrota, do fracasso se preciso for.

Alguém dirá: “Mas é muito difícil aceitar isto. É muito difícil carregar a dor por esta forma”.

E a resposta nós temos na agonia de Nosso Senhor Jesus Cristo no Horto das Oliveiras.

Quando posto diante de todo o sofrimento que estava diante d’Ele, Ele disse: “Se for possível afaste-se de mim este cálice. Mas seja feita a vossa vontade e a não a minha.”

E é a posição que nós devemos ter diante de nossos sofrimentos particulares: “Se for possível, afaste-se de mim este cálice. Mas seja feita a vossa vontade e não a minha”.

Veio então um Anjo consolar a Nosso Senhor. A graça nos consolará a nós também nos sofrimentos que Nossa Senhora nos manda.

Coragem, portanto, resolução, energia, compreensão do significado do sofrimento, e alegria por nós sofrermos.

Porque se sofre, é dos predestinados; são os réprobos os que não sofrem.


(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, palestra proferida em 6/2/65. Sem revisão do autor).

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Santa Bernadette: exemplo de desinteresse,
de alienação e de holocausto (2)

Santa Bernadette, freira em Nevers, fim de outubro 1873
Santa Bernadette, freira em Nevers, fim de outubro 1873
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Oração heróica de quem foi escolhida para ser o arco por onde um raio de sol penetrou no mundo contemporâneo

Eu compreendo que para muitos ouvidos, essa oração possa ter uma conotação de "heresia branca" [Nota: expressão aqui utilizada no sentido de uma atitude sentimental que se manifesta sobretudo em certo tipo de piedade adocicada e uma posição doutrinária relativista]. Entretanto ela não tem nada de "heresia branca"!

É uma oração verdadeiramente heroica. Veja a oração no post anterior CLICANDO AQUI

Qual é o heroísmo que está dentro disso?

É o seguinte: ela teve uma graça incomparável: foi a ela que Nossa Senhora apareceu. Foi a ela que Nossa Senhora indicou onde é que estava a fonte onde deveria arranhar para que saísse a água que brota até hoje com as curas milagrosas.

Foi, portanto, a partir das revelações feitas a ela que Nossa Senhora inaugurou uma série de maravilhas pelo mundo inteiro e que sob a invocação de Nossa Senhora de Lourdes a devoção a Nossa Senhora também se espalhou maravilhosamente.