quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Imaculada Conceição: em Lourdes Nossa Senhora nos pede amar esse privilégio divino exclusivo que A põe por cima de todos

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









Quanto mais nós admiramos uma pessoa, mais nós devemos amá-la.

E quanto mais nós a amamos, mais nós devemos ser propensos a admirar as qualidades que Ela tem.

Por causa disso, nos veneramos Nossa Senhora como Mãe ao mesmo tempo sumamente amável e sumamente admirável.

Nossa Senhora aparece fazendo-se admirar pelo título que Ela proclama.

Ela disse a Santa Bernadette Soubirous: “Eu sou a Imaculada Conceição”.

Quer dizer, uma criatura que está numa condição inteiramente superior a todas as outras. 

Porque concebida sem pecado original e gozando de uma predileção toda especial de Deus.

De outro lado, Ela pratica milagres dos mais estupendos, numa continuidade e numa importância sem igual história da igreja. E isto é porque Ela quer. Então Ela se apresenta muito à nossa admiração.

Mas, de outro lado, Ela se apresenta ao nosso amor pela sua caridade, pela sua bondade, pelo interesse na nossa salvação eterna, e pela felicidade dos homens na vida terrena.

Há aí, portanto, esses dois qualificativos que se unem. 

Aquilo que um falso espírito seudo-democrático e pagão gostaria de separar.

E o princípio de autoridade, na sua mais alta expressão.

Os privilégios d’Ela na sua mais alta categoria e realização não afastam do amor, mas pelo contrário convidam ao amor.

A devoção a Nossa Senhora de Lourdes nos comunica este amor à hierarquia sublime, à desigualdade harmônica.

Ela nos dá indiretamente uma lição de anti-igualitarismo.

Quer dizer, uma lição do oposto do mal que corre pelo mundo em forma de Revolução imoral que ataca a família e a sociedade.


(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, 7/2/65, sem revisão do autor)


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O Triunfo da Imaculada Conceição em Lourdes

A Imaculada Conceição, catedral de Segovia, Espanha
A Imaculada Conceição, catedral de Segovia, Espanha
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





São Luiz Maria Grignon de Montfort diz que Deus reuniu todas as águas e as chamou mar. E que reuniu todas as graças do Céu num só coração e as chamou Maria!

Desde toda a eternidade a Santíssima Trindade pensou em Maria, e desde toda a eternidade A predestinou.

São Tomás pergunta se Deus poderia fazer coisas maiores, mais perfeitas que todas as que fez, e responde afirmativamente.

Mas excetua três coisas: Jesus Cristo, a Virgem Maria e a bem-aventurança dos eleitos.

Deus, nestas três coisas — diz Santo Agostinho (De Civitate Dei) — esgotou sua ciência, seu poder, suas riquezas e sua bondade.

O primeiro privilégio cronologicamente falando de Maria é a Imaculada Conceição

Nem sempre se viu com clareza este altíssimo privilégio da Santíssima Virgem. Houve até quem a negou, e foram altos teólogos!.

Na nossa época de crise e perda da fé, até eclesiásticos e religiosas “no vento” também contestam essa prerrogativa da Mãe de Deus.

Para afastar qualquer dúvida, Nossa Senhora apareceu em Lourdes.

Santa Bernadette contou que Nossa Senhora lhe aparecia na Gruta como Nossa Senhora das Graças, quer dizer com os braços abertos e com as mãos jorrando raios de graças.

Mas quando a santa lhe perguntou o nome, ao mesmo tempo que juntava as mãos, Nossa Senhora respondeu:

“Eu sou a Imaculada Conceição”.


Segundo Santa Bernadette, Nossa Senhora aparecia assim.
A imagem estava na antiga igreja paroquial de Lourdes
e agora está no "cachot".
Nessa atitude com as mãos postas e com a frase “Eu sou a Imaculada Conceição” inscrita aos pés, ficou imortalizada a imagem de Nossa Senhora de Lourdes.

“Eu sou a Imaculada Conceição” é, pois, um outro nome de Nossa Senhora.

Os grandes teólogos medievais haviam quebrado a cabeça. Eles não sabiam conciliar a Imaculada Conceição com a Redenção Universal de Nosso Senhor Jesus Cristo que também é dogma de Fé definido pelo Concílio de Nicéia no ano 325.

A razão é que a Redenção se aplica a todos os homens, sem nenhuma exceção.

Então a Santíssima Virgem teve que ser redimida também, diziam os sábios da teologia, e até santos.

Mas se é verdade que Ela jamais cometeu a mais ligeira sombra de pecado mortal, nem mesmo venial, do que é A redimiu Nosso Senhor Jesus Cristo?

O famoso teólogo dominicano Pe. Royo Marín explicou que Deus permitiu que os teólogos se enrolassem nessa discussão para deixar claro que a luz definitiva em matéria de Fé e Moral não virá jamais dos teólogos, por maiores que sejam.

Virá sempre do Magistério supremo e infalível da Santa Igreja.

A Santa Igreja acreditou desde o princípio que a Virgem era imaculada. O que não encontrava era a explicação teológica.

Pelos fins do século VII apareceram hinos de louvor à Imaculada Conceição. A partir do século VIII celebraram-se festas em louvor dEla.

Do Oriente passou a devoção para o sul da Itália, de onde se difundiu até o norte da França, na Normandia.

Os franciscanos, grandes propagadores da devoção à Imaculada Conceição, tornaram-na ainda mais conhecida pela Europa.

Na Espanha, talvez a nação mais “imaculista” de todo o mundo, nas portas de muitas casas havia um azulejo com a inscrição: “Ninguém atravesse esta porta sem jurar pela sua vida que Maria foi concebida sem pecado original”.

Na Bula "Sollicitudo omnium ecclesiarum", de 1661, o Papa Alexandre VII ensinou que a devoção à Virgem imaculada cresceu e espalhou-se e já era partilhada por quase todos os católicos.

As Universidades de Sorbonne, de Alcalá, de Salamanca, de Coimbra, de Colônia, de Mogúncia, de Nápoles e muitas outras a defendiam com ardor. Nelas o bacharelando laureado se comprometia sob juramento a defender a Imaculada Conceição.

Beato Pio IX proclama o dogma da Imaculada Conceição.
Franceso Podesti (1800 - 1895).
Sala dell'Immacolata. Museus Vaticanos
Por fim, o bem-aventurado Papa Pio IX promulgou o dogma da Imaculada Conceição a 8 de Dezembro de 1854, em sua Bula Ineffabilis Deus com estes termos:

“Para honra da Santa e indivisa Trindade, para glória e ornato da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da Fé católica e acrescentamento da religião cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa

declaramos, proclamamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Beatíssima Virgem Maria foi preservada imune de toda mancha da culpa original no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em atenção aos méritos de Cristo Jesus Salvador do gênero humano,

está revelada por Deus e deve ser, portanto, firme e constantemente crida por todos os fiéis.

“Pelo qual, se alguém — que Deus não o permita — pretender julgar em seu coração de modo diferente do que por nós assim foi definido, saiba e tenha por certo que está condenado pelo seu próprio juízo, que sofreu naufrágio na Fé e se apartou da unidade da Igreja,

“e além do mais, pelo mesmo fato, se submete às penas estabelecidas pelo direito, se se atrever a manifestar por palavras, ou por escrito, ou de qualquer outro modo externo, o que pensa em seu coração”.

O inferno explodiu de cólera, o mundo anticatólico laicista estrebuchou, amaldiçoou.

Os bons teólogos afinal encontraram a explicação que tinham procurado e não tinham achado durante séculos.

Para encerrar, Nossa Senhora em Lourdes apareceu a uma humilde moça do povo, Santa Bernadette e lhe disse: “Eu sou a Imaculada Conceição”!

Os demônios morderam o rabo. Os bons teólogos comemoraram. Os anticatólicos e os maus teólogos tentaram sofismar de todos os jeitos.

Mas Nossa Senhora fez brotar um olho d’água comum que faz milagres sem cessar e que milhões de pessoas vão todos os anos a beber e com essa água se lavar.

E assim ficou incontestável o que dizíamos no início deste post:

“Deus reuniu todas as águas e as chamou mar e reuniu todas as graças do Céu num só coração e as chamou Maria!”

Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós!


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