quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Lourdes e as provações que temos cada um de nós

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
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Deus nos envia provações como enviou a todos seus santos e, sobre tudo a Seu Divino Filho na sua Vida, Paixão e Morte.

Nós não podemos nos espantar se Ele enviar também alguma provação pequena, média ou grande para nós.

E nós podemos nos perguntar: quais são as provações mais úteis para a nossa alma?

Evidentemente são aquelas em que nossa aceitação e sacrifício na prova mais agradam a Deus.

Então, quais são as provações que Deus recebe com melhor agrado?

É claro que as minhas disposições internas são as que dão mais glória a Deus.

Por exemplo, quando eu estou sofrendo, sinto o sofrimento e sei que pode dar glória a Deus o fato de sofrer por amor a Ele.

E então fico contente de estar sofrendo porque sei que Ele se regozija, se glorifica com isso e me premiará depois por isso.

Essa é a provação mais meritória.

Então, por exemplo, um homem que está andando na rua, tropeça, cai e machuca um pouco o joelho.

Nos primeiros 50, 60 minutos o joelho incomoda muito, mas ele é obrigado a andar porque tem um compromisso.

É um verdadeiro desagrado andar a pé com o joelho machucado. Mas ele anda e anda com coragem oferecendo a Deus.

Quando está no fim ele quase não aguenta mais, mas percebe que a dor cessou e a provação também. Porém, o que ele deveria dar a Deus ele deu, o sacrifício foi feito de maneira agradável a Deus.

Cessou por exemplo porque um médico lhe deu uma aplicação anestésica, a dor passou e está acabado.

Ele compreende que o sofrimento passou, mas o oferecimento foi feito. E ele fica alegre por ter oferecido.

Isso é a provação aceita por amor de Deus. É dessa atitude de alma que a Escritura diz: “Deus ama aquele que Lhe dá com alegria”.

Mas se essa pessoa fica com horror da dor que está sofrendo e pede a Deus de todos os modos que faça cessar esse sofrimento, então essa provação é grata a Deus?

Nossa Senhora de Lourdes, igreja da Madelaine, Paris
Nossa Senhora de Lourdes,
igreja da Madelaine, Paris
Não seria sempre melhor não pedir a Deus para fazer cessar o sofrimento?

À primeira vista a gente diria que é melhor não pedir a Deus para fazer cessar o sofrimento.

Mas isso é uma simplificação, não é razoável.

Se fosse razoável, Lourdes seria uma contradição.

Porque se a pessoa deve sempre preferir a via do sofrimento, não devia fazer viagens enormes e às vezes custosíssimas como certos doentes fazem até Lourdes para ver se saram.

Ele devia ficar em casa, gemendo e chorando nesse vale de lágrimas.

Mas é que Deus tem seu caminho para cada alma, e a gente não pode padronizar.

De certas almas, Deus quer que sofram para pedirem a Ele a cura e sentirem a misericórdia dEle, e assim se unirem mais a Ele.

E a outras almas, Deus dá uma graça por onde a alma compreende que não deve pedir a cura.

Ele reza então “Senhor, faça-se em mim a Vossa vontade e não a minha”. E essa é uma forma mais perfeita de provação.

Lourdes está aí. Na Gruta de Massabielle na França. No altar da igreja de minha cidade. Na grutazinha de um oratório na região, na rua, até em aeroporto há!

Ou até em minha casa, na pequena imagem da sala, do criado mudo em qualquer parte!

E em cada lugar, Nossa Senhora de Lourdes nos inspira a atitude certa nas nossas provações.

Na minha provação. Na provação do outro. Na provação de cada um.

Na provação do caro leitor deste blog.



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quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Carmelitas de Lourdes expiam pelos peregrinos

Luis Dufaur
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Mas há uma coisa talvez mais bonita ainda em Lourdes, e que é o Convento de Carmelitas que há lá.

Há um convento de Carmelitas em Lourdes, de contemplativas recolhidas que têm o propósito de expiar e sofrer todas as doenças para obter graças para os corpos e para as almas das pessoas que vão lá pedir essas graças.

De maneira que elas nunca pedem a sua própria cura.

Mas aceitam todas as doenças que queiram cair em cima delas em benefício das almas que vão à Gruta de Lourdes para pedir a cura.


Então elas sofrem coisas horrorosas, elas levam às vezes uma vida inteira de sofrimentos.

E, às vezes, morrem de uma morte prematura com o fito, o objetivo especial de fazer bem para as outras almas.


(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, 6.2.65. Texto não revisto pelo autor).



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quarta-feira, 17 de julho de 2024

O inefável da Gruta de Lourdes

Tocando a pedra abençoada da gruta
Tocando a pedra abençoada da gruta
Luis Dufaur
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Quantas vezes, sentado naqueles bancos de metal – sempre imaculados – que há diante da Gruta, eu ficava longos períodos, talvez horas, olhando os peregrinos passar, passar, passar, numa sucessão sem fim.

Que saudade!

Entretanto, diria alguém que ali não esteve: que banalidade!

Ficar ali sentado, vendo passar aquelas pessoas vindas de todos os cantos do mundo, com seus doentes, suas velas, seus papelinhos com pedidos, as fotos do parente ou do amigo, documentos, objetos de piedade e sei lá quantas coisas mais.

E, todos, todos colando sua mão bem espalmada na entrada na Gruta, e assim fazendo o percurso – que não é longo – até saírem.

No fim, a pedra transuda água. Não é a água da fonte e todo mundo sabe disso. É água natural que filtra não sei como pela pedra, muito devagarzinho.

Todo o mundo tenta pegar dessa água, molhar seu lenço, seu papelinho, seu pedido, a foto do parente ou amigo, fazer o sinal da Cruz com ela, etc.

E completado o rápido percurso, quantos se voltam 180º em direção à imagem da Gruta no alto, como que querendo prolongar um pouquinho uma prosa que aconteceu no fundo de sua alma com Nossa Senhora Ela mesma.

O último olhar
Num certo dia, enquanto desfiava o terço, me veio uma coisa à cabeça: por que é que esse pessoal faz isso? Santa Bernadette não fazia, nem falou para fazer...

E, entretanto, eu era um desses que percorria a Gruta toda com a mão espalmada, beijava a pedra úmida, molhava todos os lenços nela, e ainda me voltava para a imagem no fim, sem cessar.

Uma vez, duas vezes, dezenas de vezes, a todas as horas e com todos os frios, no dia e na noite.

O que há?

O que há é inefável, quer dizer, algo que não tem palavras que o descreva, mas que a gente sente no mais fundo da alma como uma voz que falou coisas que ninguém fala.

E vendo aquelas pessoas, eu percebia que elas também percebiam esse inefável, como que incomunicável.

Veja vídeo
VÍDEO: velas de Lourdes
Tudo isso não vai sem uma graça sobrenatural que nos faz entender coisas para as quais as palavras são incapazes.

É uma graça que toca de um modo mais eminente do que outras graças.

A ação dessa graça comunica uma certa ordenação no espírito humano mutilado pela negação intencional do sobrenatural, pelo exagero incessante, quotidiano daquilo que é puramente material, interesseiro, até pecaminoso.

Tocando a pedra abençoada da gruta
Tocando a pedra abençoada da gruta
Fazer essa breve romaria dentro da Gruta de Lourdes introduz a gente num mundo inteiramente diferente daquele onde vivemos todos os dias.

A gente, por assim dizer, é transportado sem esforço a um mundo todo feito de inefáveis.

A mão toca a pedra e colhe a umidade como que querendo apanhar esse imponderável e levá-lo para casa ‘preso’ no lenço ou papelzinho molhado.

A alma que vai passando vai se ordenando. É como se Nossa Senhora afagasse com mão suave, delicada e fresca nossas cabeças atrapalhadas, sarasse nossas feridas da alma, e dissesse para cada um palavras que a gente não sabe repetir.

Esse inefável ameniza o tenso, endireita o torto, restaura o quebrado, suaviza o endurecido, flexibiliza para o espiritual, amolece o empedernido, inspira confiança ao desesperado...

A atmosfera do inefável que cercou o dogma da Imaculada Conceição e as graças que vieram com Lourdes confirmando esse dogma, pouco mais ou menos chegam até nossos dias.

Hoje se pode dizer que as trevas tentam circunscrever o brilho imponderável de Lourdes.

Porém, esse brilho que não entra pelos olhos do corpo, mas pelo olhar da alma, continua se comunicando sem cessar a todos os que ali vão.

Há como que um verdadeiro arco voltaico de graças, um arco-íris sobrenatural, que vem desde Santa Bernadette e o Beato Pio IX no século XIX, em torno do dogma da Imaculada Conceição.

Mil e mil inefáveis de ordem sobrenatural emanam de Lourdes como um orvalho regenerador para a Humanidade.

"Perdão, minha Mãe, perdão! Andei mal!"
Ela ouve sempre.
E onde está a Humanidade? Onde estou eu? O que faz a Humanidade desse dom? O que eu faço dele?

Em qualquer lugar do mundo, olhando estas letras ou quaisquer outras que elevem nossa mente até Nossa Senhora, eu posso ser beneficiado por esse orvalho.

Mas é preciso eu me fechar para a má influência que me rodeia: materialista, pragmática, sensual, igualitária, cristofóbica.

É toda uma nova e boa educação para esses imponderáveis que me é necessária.

E então eu lembro das palavras de Santa Bernadette, quando ela se voltou para o povo no fim da 8ª aparição, num longínquo 24 de fevereiro:

―“Penitência, penitência, penitência!”; e “rezai a Deus pela conversão dos pecadores”, disse ela.

Esse pedido de penitência foi para cada um de nós. Para cada um de nós mudarmos de vida – cada um sabe no quê. E repetido três vezes, como quem diz: entendam bem, é para valer.

O “pecador” precisado de penitência não é o vizinho, nem alguém que a gente não sabe quem é – aliás, também sim.

Mas o primeiro “pecador” que precisa se converter é cada um de nós, sem exceção. Por causa desse “pecador”, Nossa Senhora veio a Lourdes e fez o pedido.

Entretanto, como é fácil essa penitência, essa mudança de vida, de disposições interiores, percorrendo a Gruta como acima está escrito.

A grande questão é nunca esquecer, sempre reavivar a lembrança, na vida quotidiana, sem cessar, pedindo a Nossa Senhora essa graça de nunca diminuir a saudade e a recordação.

E, para quem não foi a Lourdes, pensar em tudo isto e ter a confiança de que pensando nisto o orvalho de Lourdes chegará até onde estejamos e operará essa maravilhosa e inefável transformação em nós também.

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quarta-feira, 3 de julho de 2024

Na consolação ou na aridez, Nossa Senhora age como Mãe

Doentes em Lourdes, uns Nossa Senhora leva pela consolação, outros pela aridez
Doentes em Lourdes, uns Nossa Senhora leva pela consolação, outros pela aridez
Luis Dufaur
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Em Lourdes nós vemos um exemplo de como Nossa Senhora pode agir. E que é um modo diferente do que nós queremos, mas é mais sapiencial.

Há doentes que chegam a Lourdes e tem uma consolação espiritual extraordinária.

Depois, banham-se na piscina, curam-se.

E voltam para casa cantando os louvores de Nossa Senhora.

Esse é um quadro clássico.

Mas há outros doentes que chegam e tem uma aridez do outro mundo.

Eles têm a impressão de que aquilo não da em nada nada. Banham-se na piscina, não saram, e voltam para casa tristes.

Mas, às vezes, no trajeto de volta, saram!

Nossa Senhora quis conceder através da aridez aquilo que Ela não concederia através da consolação.

Porque Ela tem os seus caminhos para cada um.

Então, é também típico caso de Lourdes o das pessoas, por exemplo um surdo que está voltando para casa.

De repente um companheiro lhe faz uma pergunta, ele responde e começa a conversar.

O companheiro:

— Você não está notando que você esta ouvindo?

— Ah, é verdade, imagine! Reza o Magnificat, etc. Aconteceu num momento em que a pessoa menos se deu conta.

Há graças assim que Nossa Senhora da por essa via porque quer aproximar dEla alguns pela aridez.

Procissão de doentes em Lourdes conduzidos por cavaleiros e voluntários da Ordem de Malta
Procissão de doentes em Lourdes
conduzidos por cavaleiros e voluntários da Ordem de Malta
E a outros quer aproximá-los pela consolação.

Ela é Mãe, Ela sabe.

Então, se uma imagem causa uma impressão profunda, não deve ser uma razão para achar que todos têm que ficar também manifestamente impressionados com essa imagem.

Pode ser que alguns não tenham tido essa consolação, essa impressão sensível.

E esses tampouco devem se sentir abatidos ou diminuídos com isso.

Nossa Senhora tem suas vias, Ela é Mãe de misericórdia, e Ela tem em relação a todos que estão lendo estas linhas.

Ela deu ou dará alguma coisa a todos.

De maneira que ninguém ficará sem algo.

É questão de esperar, porque a graça virá.

Ninguém deve se recriminar. Ninguém deve procurasse atribuir a aridez a faltas especiais suas.

A nós se aplicam verdadeiramente as palavras do Memorare (o “Lembrai-vos”): “gemendo sob o peso de nossos pecados” e nos cabe nos prostra aos pés dEla, que é Mãe de misericórdia para os pecadores.

De maneira que não é o caso de nós dizermos: eu tive tal desolação, portanto estou mal nesse e naquele outro ponto.

Nesse pensamento errado entra o demônio da dúvida e do desespero que só prejudica a vida espiritual.

Nessa hora lembremos dos milagres de Lourdes em toda a sua enorme variedade e imprevisibilidade, na consolação ou na aridez.



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quarta-feira, 5 de junho de 2024

Nossa Senhora de Lourdes vandalizada suscita desagravo

Imagem de Nossa Senhora de Lourdes é quebrada por vândalos em Ituporanga.
Luis Dufaur
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A imagem de Nossa Senhora de Lourdes que fica dentro de uma gruta no Centro de Ituporanga, SC, foi quebrada por vândalos aproveitando a falta de luz da madrugada.

A polícia coletou imagens das câmeras de segurança do salão paroquial próximo para tentar identificar os criminosos. O canteiro da paróquia Santo Estevão, que fica em frente à gruta, também foi vandalizado, segundo divulgou “Jornal Alfredo Wagner Online”.

A imagem de cerca de 1,6 metros de altura ficava no ponto mais elevado da gruta e tinha a proteção de uma grade, além do portão de entrada do local que estava fechado. Mas isso não inibiu a ação.

O responsável pela limpeza a encontrou em pedaços, como mostram as imagens. A paróquia lamentou o que chamou de “ato de intolerância religiosa e vandalismo”.

Conforme uma publicação paroquial nas redes sociais, essa não é a primeira vez que a gruta sofre ataque. A segurança no local será reforçada e a imagem, restaurada por voluntários.

“Expressamos nossos mais sinceros apelos a Deus para que toque o coração do homem contemporâneo, afastando a maldade e promovendo a prática do bem e do amor ao próximo”, diz um trecho do comunicado da Paróquia Santo Estevão convocando os católicos para um ato religioso de desagravo.

A Prefeitura Municipal de Ituporanga divulgou nota na qual “emite Nota de Repúdio sobre a invasão e aos atos de vandalismo à Gruta Nossa Senhora de Lourdes, repudia e lamenta profundamente os danos materiais, históricos e da fé religiosa, causados pela depredação”.


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quarta-feira, 22 de maio de 2024

O milagre do terço salvou os missionários em Hiroshima

Os padres Hugo Lassalle (Superior dos jesuítas no Japão), Hubert Schiffer,
Wilhelm Kleinsorge e Hubert Cieslik [assinalados no círculo da foto]
Luis Dufaur
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No dia 6 de agosto de 1945, solenidade da Transfiguração de Nosso Senhor e praticamente no fim da II Guerra Mundial, a aviação americana lançou sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, a bomba atômica “Little Boy”, de urânio, que provocou a morte de 140 mil pessoas, mais de 70 mil feridos, e grande parte da cidade destruída.

Três dias depois, a mesma aviação lançou a bomba nuclear de plutônio, “Fat Man”, sobre a cidade de Nagasaki. Essa bomba destruiu a catedral da Imaculada Conceição, matando muitos católicos que estavam no templo.

Foi a primeira e única vez em que armas nucleares foram usadas contra alvos civis.

Devido à radiação, entre dois a quatro meses após os ataques atômicos, os efeitos agudos das explosões mataram entre 90 e 166 mil pessoas em Hiroshima, e 60 a 80 mil em Nagasaki.

Durante os meses seguintes, várias pessoas morreram por causa do efeito de queimaduras, envenenamento radioativo e outras lesões, que foram agravadas pelos efeitos da radiação.

Nesse terrível cenário, ocorreu nessa cidade um fato surpreendente, que passou a ser conhecido como o “Milagre de Hiroshima”: quatro sacerdotes jesuítas alemães sobreviveram à catástrofe, inclusive a seus efeitos, apesar de estarem muito perto do local onde a bomba explodiu.

Pe. Hubert Schiffer SJ
Esses religiosos eram os padres Hugo Lassalle (Superior dos jesuítas no Japão), Hubert Schiffer, Wilhelm Kleinsorge e Hubert Cieslik.

No momento da explosão, eles se encontravam na casa paroquial da igreja de Nossa Senhora da Assunção, um dos poucos edifícios que resistiu à bomba.

Um dos sacerdotes estava celebrando a Santa Missa, outro tomava o café da manhã e os demais se encontravam em dependências da paróquia.

O edifício religioso sofreu apenas danos menores, como vidros quebrados, conforme escreveu o Pe. Hubert Cieslik em seu diário, mas nenhum dano em consequência da energia atômica liberada pela bomba.

O Pe. Schiffer escreverá depois o livro O Rosário de Hiroshima, no qual narra tudo o que lhes sucedeu naqueles dias fatídicos.

Os religiosos atribuem sua preservação a uma proteção particular da Santíssima Virgem, pois “vivíamos a mensagem de Fátima e rezávamos juntos o Rosário todos os dias”.

Quando, mais tarde, esses jesuítas receberam tratamento médico, foi-lhes dito que devido à radiação eles teriam lesões graves, enfermidades, e inclusive uma morte prematura.

Porém, contra todas as expectativas, tal não sucedeu. Nenhum deles teve qualquer transtorno físico.

Pelo contrário, em 1976 — 31 anos depois do lançamento da bomba —, o Pe. Schiffer participou do Congresso Eucarístico de Filadélfia, onde relatou sua história.

Ele confirmou que os quatros jesuítas ainda viviam, sem nenhuma enfermidade.

Isso foi comprovado por dezenas de médicos que os examinaram cerca de 200 vezes nos anos posteriores, não encontrando qualquer sinal da radiação em seus corpos.

Catedral da Assunção de Nossa Senhora, em HIroshima, o novo templo hoje
Catedral da Assunção de Nossa Senhora,
em Hiroshima, o novo templo hoje
O Pe. Hugo Lassalle continuou em Hiroshima, e em 1948 naturalizou-se japonês com o nome Enomiya Mabiki.

De passagem por Roma, recebeu do Papa Pio XII autorização para recolher fundos destinados a reconstruir a igreja dedicada à Assunção de Nossa Senhora.

Em 1959, com a elevação de Hiroshima a diocese pelo Papa João XXIII, ela passou a ser catedral.

Sua construção começou em 1950 e foi concluída no dia 6 de agosto de 1954, nove anos após a explosão da bomba atômica.

É preciso dizer que a rendição do Japão se daria na solenidade da Assunção da Virgem aos Céus, 15 de agosto de 1945, poucos dias depois da explosão das bombas atômicas.

Hiroshima foi reconstruída totalmente, com aquela tenacidade própria aos filhos do Sol Nascente, contando hoje com mais de um milhão e cem mil habitantes.


(Fonte: ACIPrensa)


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quarta-feira, 8 de maio de 2024

Rico mesmo é quem tem Fé

Cela onde morava a família de Santa Bernadette na época das aparições
Cela onde morava a família de Santa Bernadette na época das aparições
Luis Dufaur
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Imagine uma família riquíssima que tem tudo para viver bem. Mora na casa mais agradável que pode haver, tem iate, avião, facilidades de passar férias fabulosas, trabalho bom e leve, não há preocupação porque a fortuna é grande e próspera.

Os membros da família tratam muito bem da saúde, todos têm uma saúde florescente, tudo corre muito bem.

Mas se não há fé, essa família degringola.

A união desaparece entre os esposos, os filhos não querem bem aos pais, os irmãos não se estimam entre si, nascem as queixas, as reivindicações, e a família se desarticula.

Imagine uma família pobre.

Por exemplo, a família de Santa Bernadette Soubirous, a pequena trabalhadora manual, um pouco pastora, a quem apareceu Nossa Senhora na gruta de Massabielle, em Lourdes.

A família era paupérrima. Morava numa espécie de tugúrio, a bem dizer uma cela de prisão da delegacia local meio abandonada.

Entrada da cela onde morava a família Soubirous
Entrada da cela onde morava a família Soubirous
Eles não tinham senão o necessário para viver, e ainda assim faltava.

Nossa Senhora apareceu pela primeira vez a Santa Bernadette quando ela colhia gravetos para acender um foguinho e aquecer o “cachot” (cela) onde a família subsistia.

Mas eram unidíssimos, se queriam muito bem.

O fruto dessa família foi Santa Bernadette, uma santa a quem a Virgem apareceu!

Era uma família feliz. Dentro daquela pobreza, eles viviam muito bem, tranquilos, e o indispensável nunca lhes faltou.

Isso que se dá com as famílias, dá-se também com as nações.

Erram aqueles que imaginam que uma família rica é uma família que vai bem. Não.

A família que vai bem é a que é rica em Fé!

O grande tesouro é a Fé católica, apostólica e romana!

A família rica em Fé, esta vai bem; a família que não tem Fé se desarticula.

Também a nação rica em Fé vai bem. Se ela não é rica em Fé, ela se desarticula e leva tudo à breca.

O Brasil é rico, até riquíssimo em recursos. Vai bem?

O que lhe falta?

Não é a Fé?

Mais uma razão para rezarmos especialmente a Nossa Senhora de Lourdes em sua festa que já está muito perto de nós.



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quarta-feira, 24 de abril de 2024

As Carmelitas de Lourdes

Santuário de Lourdes pela noite
Santuário iluminado na noite
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Há uma coisa talvez mais bonita do que os milagres em Lourdes: o Convento de Carmelitas.

É um convento de contemplativas que têm o propósito de expiar e sofrer todas as doenças para obter graças para os corpos e almas das pessoas que vão lá pedir essas graças.

Elas nunca pedem a sua própria cura e aceitam todas as doenças que queiram cair em cima delas em benefício das almas que vão à Gruta de Lourdes para pedir a sua própria cura.

Então elas sofrem coisas horrorosas, elas levam às vezes uma vida inteira de sofrimentos, e às vezes morrem de uma morte prematura com objetivo especial de fazer bem para as outras almas.

Esses atos de abnegação estão tão longe da natureza humana, e causam um tal horror ao egoísmo humano, que este é um milagre maior do que todas as outras curas que se fazem em Lourdes.

E que mostra bem qual é a intenção de Nossa Senhora nas curas de Lourdes: é a de produzir milagres de caráter espiritual e moral que levam as almas para o Céu.

Por quê?

O quê é que seria Nossa Senhora, se Ela aparecesse em Lourdes para fazer bem para os corpos que perecem, e não para as almas que não perecem? Qual seria esse amor d’Ela aos homens, a não ser o principal objetivo de levar para o amor de Deus?

Diante da Gruta de Lourdes
Multidão de doentes diante da Gruta
O maior ensinamento de Lourdes não é o ensinamento apologético, aliás, tão grande e importante. Mas é esse ensinamento da aceitação da dor, do sofrimento, da derrota, do fracasso se preciso for.

Alguém dirá: “Mas é muito difícil aceitar isto. É muito difícil carregar a dor por esta forma”.

E a resposta nós temos na agonia de Nosso Senhor Jesus Cristo no Horto das Oliveiras.

Quando posto diante de todo o sofrimento que estava diante d’Ele, Ele disse: “Se for possível afaste-se de mim este cálice. Mas seja feita a vossa vontade e a não a minha.”

E é a posição que nós devemos ter diante de nossos sofrimentos particulares: “Se for possível, afaste-se de mim este cálice. Mas seja feita a vossa vontade e não a minha”.

Veio então um Anjo consolar a Nosso Senhor. A graça nos consolará a nós também nos sofrimentos que Nossa Senhora nos manda.

Coragem, portanto, resolução, energia, compreensão do significado do sofrimento, e alegria por nós sofrermos.

Porque se sofre, é dos predestinados; são os réprobos os que não sofrem.


(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, palestra proferida em 6/2/65. Sem revisão do autor).

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Santa Bernadette: exemplo de desinteresse,
de alienação e de holocausto (2)

Santa Bernadette, freira em Nevers, fim de outubro 1873
Santa Bernadette, freira em Nevers, fim de outubro 1873
Luis Dufaur
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Oração heróica de quem foi escolhida para ser o arco por onde um raio de sol penetrou no mundo contemporâneo

Eu compreendo que para muitos ouvidos, essa oração possa ter uma conotação de "heresia branca" [Nota: expressão aqui utilizada no sentido de uma atitude sentimental que se manifesta sobretudo em certo tipo de piedade adocicada e uma posição doutrinária relativista]. Entretanto ela não tem nada de "heresia branca"!

É uma oração verdadeiramente heroica. Veja a oração no post anterior CLICANDO AQUI

Qual é o heroísmo que está dentro disso?

É o seguinte: ela teve uma graça incomparável: foi a ela que Nossa Senhora apareceu. Foi a ela que Nossa Senhora indicou onde é que estava a fonte onde deveria arranhar para que saísse a água que brota até hoje com as curas milagrosas.

Foi, portanto, a partir das revelações feitas a ela que Nossa Senhora inaugurou uma série de maravilhas pelo mundo inteiro e que sob a invocação de Nossa Senhora de Lourdes a devoção a Nossa Senhora também se espalhou maravilhosamente.

quarta-feira, 20 de março de 2024

Santa Bernadette: exemplo de desinteresse,
de alienação e de holocausto (1)

Luis Dufaur
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O “testamento” de Santa Bernadette


Eu tenho aqui um extrato de um jornal de Messina (Itália), de 6 de junho de 1965, que dá uma série de pensamentos à maneira de testamento de Santa Bernadette Soubirous. Então diz o seguinte:

“Pela miséria de meu pai e pela ruína do moinho no qual moravam e pelos vários fatos infelizes que se deram em conseqüência, por termos tomado, devido inclusive o vinho do cansaço, pelas ovelhas doentes, graças vos dou, Senhor.

Eram vários infortúnios que tinham acontecido ao pai e que tinha reduzido a família do pai à miséria. É um italiano complicado esse aqui. O que quer dizer isso aqui? Comer demais, é isso?

“Pelos meninos acudidos, pelas ovelhas que tomáveis conta, graças vos dou, Senhor. Graças, ó meu Deus, pelo... pelo comissário, pelas polícias, pelas duras palavras de Dom Peyramale.

Ela foi perseguida, foi levada à polícia, maltratada pelos comissários, e o padre vigário de lá lhe disse muito duras palavras. Então, por tudo isso, diz ela: “graças vos dou, Senhor”.

quarta-feira, 6 de março de 2024

Lourdes e a Mediação Universal de Nossa Senhora

Nossa Senhora de Lourdes. Igreja da Madelaine, Paris.
Nossa Senhora de Lourdes. Igreja da Madelaine, Paris.
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Dos muitos aspectos que tem a devoção de Nossa Senhora de Lourdes, um me parece que tem sido insuficientemente acentuado e é o seguinte: os senhores sabem que para o Reinado de Maria, uma verdade fundamental é a Mediação Universal de Nossa Senhora.

Porque para Nossa Senhora ser verdadeiramente Rainha, é preciso que Ela possa junto a Deus tudo quanto Ela queira, pois é por esta forma que Ela governa o mundo.

Nossa Senhora, pela Sua própria natureza, – Ela tem uma natureza humana como a nossa – não tem mais poder sobre os astros, sobre os homens, do que nós temos.

De maneira que, para ter o reinado de todo o universo, para ser a Rainha de todos os Anjos, a Rainha de todos os Santos, a Rainha de todos os homens, a Rainha de todo o mundo material e dominadora terribilíssima e completa do demônio, Ela precisa ter a graça de Deus.

E é exatamente enquanto ponto de convergência de todas as graças de Deus que ela é Rainha.

A onipotência de Nossa Senhora tem sido muitas vezes chamada, e muito adequadamente, onipotência suplicante, porque é por meio da súplica que Ela faz, que Ela pode tudo.

Porque Ela pode tudo junto dAquele que pode tudo, é por isso que é Rainha. E, portanto, o Reinado de Nossa Senhora é o reinado das súplicas que Ela faz, do valor das orações que Ela oferece.

Portanto, a realeza de Nossa Senhora está numa conexão íntima com o fato de Ela ser o canal de todas as graças. Ela é a Rainha de tudo porque todas as graças passam por Ela.

Todas as graças que são dadas aos homens, são dadas pelas mãos dEla. Todos os pedidos que os homens fazem são apresentados por meio dEla.

E se todos os santos e anjos do Céu pedissem algo que não fosse por meio dEla não obteriam. Ela sozinha, pedindo sem nenhum deles, obtém. De tal maneira o foco da predileção Divina se concentrou por inteiro nEla.

Lourdes: Basílica do Rosário
E depois, parte dEla de novo para toda a criação.

É porque Ela é medianeira de todas a graças que Ela é onipotente.

Há, portanto, uma espécie de correlação íntima entre uma coisa e outra.

Agora, as aparições de Lourdes se inserem numa série de aparições de Nossa Senhora no século XIX, que são as mais célebres dessas aparições e, debaixo de alguns pontos de vista, merecidamente as mais célebres.

Essas aparições de Nossa Senhora no século XIX, que culminam com Fátima, culminam com a afirmação do Reinado de Maria.

E a aparição de Lourdes, portanto, está num pontilhado de aparições que são como que, nas noites extremas de nossos dias, uma clarinada do Reino de Maria, pontos alvos anunciando que o Reino de Maria virá.

Em Lourdes, em cada uma dessas aparições, seria muito interessante estudar a presença da idéia da Mediação Universal das graças e do Reinado de Maria.

Em Lourdes, especialmente, se pode dizer debaixo de um título: Nosso Senhor poderia ter dado essa fecundidade estupenda de milagres a um santuário dEle.

Na França, por exemplo, há um santuário magnífico consagrando uma devoção estupenda a Ele, que é o Santuário de Paray-le-Monial, onde Nosso Senhor fez suas revelações a Santa Margarida Maria Alacoque.

Ele poderia perfeitamente fazer com que esses milagres se dessem lá, se dessem em todos os santuários consagrados a Ele.

Mas Ele quis que a maior fonte de milagres que houve na História da Igreja, na História do mundo, fosse num santuário consagrado a Nossa Senhora.

Lourdes: rezando no local onde rezava Bernadette
Quer dizer que Ele quis que aquelas curas todas só fossem obtidas sob a égide de Nossa Senhora, depois de uma aparição de Nossa Senhora, como uma graça de Nossa Senhora, e mediante um pedido feito a Nossa Senhora.

Ou seja, Ele quis que todas essas curas estupendas passassem pelas mãos dEla.

Quis que passassem para que?

Evidentemente para documentar o dogma, que ainda não é dogma, é verdade de fé, da Mediação Universal, para os homens compreenderem bem até que ponto Ela pode tudo.

As piores doenças, os maiores males, os sofrimentos mais horrorosos Ela cura, toma as leis mais inflexíveis da natureza e as elimina. Ela vence tudo: uma pessoa que vê sem nervo ótico...

Isso é um tal domínio de Nossa Senhora sobre a natureza, como mais não se pode imaginar! Bem, isto tudo é feito por meio dEla.

Por que? Para mostrar que todas as graças vêm por meio dEla. E a presença de todas as graças nas mãos dEla para serem distribuídas, por sua vez, quer dizer que Ela é a Rainha do Céu e da Terra. E por Ela passa tudo.

(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, 4 de fevereiro de 1965. Sem revisão do autor.)



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