quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

O que sente um miraculado na hora do milagre? - 1

Théa Angele chegou moribunda em 17 de maio de 1950
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






O que sente o doente quando é objeto de um milagre em Lourdes?

Uma consolação? Uma luz? Uma dor? O leitor já imaginou?

De modo geral, na hora do milagre os beneficiados percebem sensações  características. A mais citada é a “de um calor desacostumado que toma conta do corpo”.

Frequentemente os miraculados mencionam dores muito agudas, como Jeanne Gestas, que teve uma “sensação de que algo lhe era arrancado”.

Os milagres acontecem de modo imprevisível a pessoas de todas as idades e condições. Mais frequentemente é por ocasião do uso da água de Lourdes — bebendo-a ou banhando-se nela — ou em cerimônias litúrgicas tradicionais, como a bênção do Santíssimo Sacramento aos enfermos.

A grande maioria dos milagres reconhecidos ocorreu em Lourdes, mas houve curas — também reconhecidas — em outros continentes, de pessoas que recorreram à água da Gruta.

Um caso típico em Lourdes foi o de Théa Angele, jovem alemã atingida por arteriosclerose em placa, que chegou quase moribunda a Lourdes em 17 de maio de 1950.

O corpo repelia tudo que lhe davam. Ela subsistia com soro endovenoso, pesava 34 quilos, estava inconsciente e quadriplégica. Seu único movimento eram espasmos dos olhos e da mandíbula. Acreditou-se que morreria em plena viagem. Um sacerdote administrou-lhe a Extrema Unção, achando que ela já era cadáver.

― “Como pode se enviar ao exterior uma moribunda que têm que fazer uma viagem de 30 horas?!”, protestou um de seus médicos na cidade de Colônia quando soube da vontade da doente.

Em Lourdes, após o quarto banho consecutivo, sorriu e falou pela primeira vez, dizendo: “Agora posso falar tudo, e estou com uma fome terrível”. E comeu com apetite.

No dia seguinte foi levada ao Bureau Médico, onde a paralisia acabou de se dissipar diante dos médicos. No outro dia, após mais dois banhos, venceu a fraqueza e caminhou até a Capela do Asilo.

O milagre é acompanhado de uma conversão espiritual. Théa fez-se religiosa, como várias miraculadas. Mas outras, e numerosas, foram pais ou mães de família.

Geralmente os miraculados atingiram grande longevidade, embora um tenha morrido com 44 anos num acidente. Com muita frequência eles voltam a Lourdes para trabalhar como voluntários na assistência aos doentes.


continua no próximo post: O que sente um miraculado na hora do milagre? - 2



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terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

O grande momento histórico de Lourdes

O retorno do filho pródigo. Rembrandt Harmensz van Rijn (1606 – 1669). Museu do Ermitage, São Petersburgo.
O retorno do filho pródigo.
Rembrandt Harmensz van Rijn (1606 – 1669).
Museu do Ermitage, São Petersburgo.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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Foi por certo um grande momento aquele em que o espírito embotado pelo vício do filho pródigo adquiriu nova lucidez, e sua vontade novo vigor, na meditação da situação miserável em que caíra, e da torpeza de todos os erros que o haviam conduzido para fora da casa paterna.

Tocado pela graça, encontrou-se, com mais clareza do que nunca, diante da grande alternativa. Ou arrepender-se e voltar, ou perseverar no erro e aceitar até o mais trágico final as suas consequências.

Tudo quanto uma educação reta nele implantara de bom, como que renasceu maravilhosamente nesse instante providencial.

Enquanto, de outro lado, a tirania dos maus hábitos nele se afirmava quiçá mais terrível do que nunca.

Deu-se o embate interno. Ele escolheu o bem. E o resto da história, pelo Evangelho o conhecemos.

Olhando para Nossa Senhora de Lourdes e considerando o estado deplorável da humanidade, uma pergunta assalta nosso espírito: o mundo não estará se aproximando de um momento semelhante?

De um lado há o torrente de pecado. Dispensa comentário.

De outro lado, estão todas as graças acumuladas para a humanidade pecadora pelo novo surto de devoção a Nossa Senhora que a Mãe de Deus veio inaugurar em Lourdes, La Salette e Fátima.

Os dois lados rumam poderosamente em rumos opostos.

A Basílica de Lourdes na noite.
A Basílica de Lourdes na noite.
Do lado da desagregação, fluxos de imigrantes, na maioria islâmicos, penetram caoticamente pela Europa; há também os dilaceramentos da família que crescem insuflados até por altos clérigos que vão se reunir agora no Sínodo da Família em outubro.

Esses e outros lances trágicos que não faltam no Brasil e no mundo nos fazem pensar que uma crise apocalíptica parece inevitável.

Mas isso não é para inspirar desanimo, mas esperança. Esperança e confiança de que se aproxima o momento da grande conversão.

O futuro, só Deus o conhece.

A nós, homens, é lícito entretanto conjeturá-lo segundo as regras da verossimilhança.

Estamos vivendo uma terrível hora. Mas esta hora também pode ser uma admirável hora de misericórdia.

A condição para isto é que olhemos para Maria, a Estrela do Mar, que nos guia em meio às tempestades.

Durante cem anos, movida de compaixão para com a humanidade pecadora, Nossa Senhora tem alcançado para nós os mais estupendos milagres. Esta piedade se terá extinguido?

Têm fim as misericórdias de uma Mãe, e da melhor das mães? Quem ousaria afirmá-lo?

Se alguém duvidasse, Lourdes lhe serviria de admirável lição de confiança. Nossa Senhora há de nos socorrer.



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