quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Lourdes ensina que o sofrimento
é necessário para a santificação

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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Eu creio que o seguinte é um dos mais estupendos milagres de Lourdes.

Se a gente prestar bem atenção nesse fato, passa-se o seguinte: é que para a grande maioria das almas o sofrimento é necessário para a santificação.

As doenças são necessárias para a santificação. E é mesmo por meio das doenças e das provações espirituais que a pessoa se santifica.

E quem não compreende o papel do sofrimento e da dor para operar nas almas o desapego, o amor de Deus, e a regeneração, não compreende absolutamente nada.

É por esta forma que as almas se santificam.

São Francisco de Salles chegou a afirmar que o sofrimento é verdadeiramente o 8º sacramento. Quer dizer, de tal maneira é indispensável, que ele é o 8º sacramento.

O recado do Cardeal Segura para Pio XI

O Cardeal Pedro Segura y Sáenz (1880–1957), com quem eu estive uma ocasião, me contou o diálogo que ele teve com Pio XI.

Pio XI se gabava diante dele de nunca ter estado doente.

O Cardeal Segura sorriu para ele e disse:

“Então Vossa Santidade não tem o sinal de predestinado”.

Pio XI ficou assustado, e ele acrescentou:

– “Não há predestinado que não adoeça, e gravemente, sofra muito da saúde pelo menos em determinado período de sua vida. Se Vossa Santidade nunca teve nada de saúde, não teve o sinal de predestinado”.

Dias depois, Pio XI teve um enfarte de coração fortíssimo.

E da cama ele escreveu um bilhetinho ao Cardeal [Segura], que guardava o bilhete.

Era assim: “Eminência, já tenho o sinal de predestinado”.

No meio de toda a doença ele mandou esse recado ao Cardeal Segura.

E realmente a doença é, como o sofrimento de toda ordem, o sofrimento moral, etc., é o sinal dos predestinados.

Ora, Nossa Senhora agiria contra o interesse da salvação das almas, se a toda alma Ela tirasse as doenças.

E certas almas, para certos efeitos, de algum modo convém tirar o sofrimento. Mas normalmente não convém.

De maneira que essas pessoas vão a Lourdes e voltam sem ter sido curadas.

Prova de quanto Nossa Senhora, tão misericordiosa, acha, entretanto, indispensável o sofrimento para a salvação das almas.


(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, 6.2.65. Texto não revisto pelo autor).

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domingo, 13 de outubro de 2024

13 de outubro: Fátima, a crise mundial e a solução

Luis Dufaur
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“Não há sobre a Terra uma só nação que não esteja a braços, em quase todos os campos, com crises gravíssimas.

“Se analisarmos a vida interna de cada país, notaremos nele um estado de agitação, de desordem, de desbragamento de apetites e ambições, de subversão de valores que, se já não é a anarquia franca, em todo o caso caminha para lá.

“Nenhum estadista de nossos dias soube ainda apresentar o remédio que corte o passo a esse processo mórbido, de envergadura universal.

“Mas, para a gravidade desta crise universal, a mensagem de Nossa Senhora de Fátima abre os olhos dos homens, apresentando-lhes uma explicação à luz dos planos da Providência Divina, e também indicando-lhes os meios necessários para evitar a catástrofe.

“É a própria história de nossa época, e mais do que isto o seu futuro, que nos é ensinado por Nossa Senhora.

“A época contemporânea tem um privilégio: em Fátima, Nossa Senhora veio falar aos homens.

“Ela, a um tempo, explica os motivos da crise e indica o seu remédio, profetizando a catástrofe caso os homens não a ouçam.

“De todo ponto de vista — pela natureza do conteúdo como pela dignidade de quem as fez — as revelações de Fátima sobrepujam, pois, tudo quanto a Providência tem manifestado aos homens na iminência das grandes borrascas da História.”



(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, “Catolicismo”, maio/1953)


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segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Nossa Senhora do Rosário, devoção dos predestinados

Nossa Senhora do Rosário com São Domingos e Santa Rosa de Lima,anônimo, Peru
Nossa Senhora do Rosário com São Domingos e Santa Rosa de Lima,
anônimo, Peru
Luis Dufaur
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A Festa de Nossa Senhora do Rosário foi instituída em comemoração da vitória de Lepanto (1571), alcançada contra os turcos que ameaçavam a Europa. E foi estendida à Igreja universal em ação de graças.

Em primeiro lugar, esta devoção tem como maior mérito ter sido revelada por Nossa Senhora a São Domingos, e nascer, portanto, de uma das revelações particulares que os inimigos da Igreja tanto abominam.

A devoção se estendeu por toda a Igreja Católica e foi considerada por São Luiz Grignion de Montfort de devoção característica dos predestinados.

É distintiva de muitas ordens religiosas, que em seu hábito traziam o Rosário à cintura e passou a ser o objeto de piedade de todo verdadeiro católico.

Tempo houve em que todo verdadeiro católico levava normalmente o Rosário consigo o dia inteiro.

Pois o um instrumento bento que faz de corrente de ligação com Nossa Senhora e cuja posse física afugenta o demônio, e atrai as graças de Nossa Senhora.

Há episódios de lutas contra o demônio em que exorcistas e outras pessoas com o Rosário o demônio foge correndo.

O que vem a ser o Rosário?

Ele se compõe da meditação dos Mistérios da vida de Nossa Senhora e de Nosso Senhor de maneira que quando pronunciamos as orações vocalmente meditamos a respeito do Mistério.

Nesta conjunção da oração vocal e da meditação enquanto os lábios proferem uma súplica, o espírito se concentra num ponto. Nesta dupla atividade, o homem faz tudo o possível na ordem sobrenatural.

Por esta forma ele se liga intimamente a Deus porque é por meio da Medianeira de todas as Graças que a pessoa se dirige a Deus.

Há um tesouro de teologia que faz do Rosário uma obra prima de Doutrina Católica como deve ser entendida.

Nossa Senhora do Rosário, Santa Maria Sopra Minerva, Roma
Nossa Senhora do Rosário, Santa Maria Sopra Minerva, Roma
Não feita de emoções, mas séria, sólida, pensada, com razões de ser, firmes que fazem do Rosário uma devoção suculenta, substanciosa e de grande valor.

De outro lado, cada uma das dezenas tem um Mistério que confere graças próprias. Há graças que nós podemos obter por causa do Mistério da Anunciação; outras, pelo Mistério da Visitação; outras, Mistério da Ascensão.

Nós, rezando e meditando sobre esses Mistérios, atraímos sobre nossas almas todas as graças da Vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. É, um périplo que enche a nossa alma.

Ele é raciocinado e ponderado para a vida espiritual do varão católico que é feita de pensamento, de reflexão com base na Fé, de conclusões que constituem sistema.

Há algo mais. Deus governa o Universo com conta, peso e medida.

Por todas as graças que ele tem alcançado para a humanidade, Nossa Senhora quis, entre muitas outras devoções, resolveu realçar esta, e conceder a propósito dela, graças muito especiais.

Além do mais há um motivo histórico. Vemos que esta devoção tem sido uma oportunidade enorme para graças em que Nossa Senhora se afirma como soberana, que paira acima das contingências, com um suprassumo da sabedoria. E nisso nós temos a super-excelência do Rosário.

No dia da Batalha de Lepanto, 07 de outubro, o Papa olhou para a janela e teve a visão da vitória. A notícia só chegou a Roma em 21 de outubro.

Entre outras graças insignes alcançadas pelo Rosário, está a graça da vitória de Lepanto alcançada enquanto São Pio V tinha a visão do triunfo católico.

Ele estava muito aflito, numa reunião de cardeais, e saiu um pouco junto à janela, preocupado porque a derrocada da Cristandade estava iminente.

São Pio V ordenou que a 7 de outubro de todos os anos se comemorasse uma festa em honra de Nossa Senhora das Vitórias, título alterado posteriormente em Nossa Senhora do Rosário, pelo Papa Gregório XIII.

Outra vitória assinalada, no mesmo gênero e contra o mesmo inimigo – o Crescente – foi em 1716, na Hungria.

Nossa Senhora quis obter para a Cristandade duas grandes vitórias contra o grande inimigo da Igreja no tempo, como hoje é o Comunismo.

Nossa Senhora dol Rosário,vitoriossa em Lepanto, Granada
Nossa Senhora do Rosário,vitoriosa em Lepanto, Granada
Nós podemos concluir que, pela devoção do Rosário, que deverá durar certamente até o fim dos tempos, a Igreja poderá alcançar, na luta contra o Comunismo, vitórias também espetaculares.

E nós podemos concluir que a recitação assídua do Rosário por aqueles que lutarem pelo Reino de Maria, conforme as profecias de Fátima, talvez, marcará o momento culminante da plena realização dos acontecimentos ali profetizados.

O Santo Rosário é um penhor de vitórias futuras.

Santo Afonso de Ligório, um santo, bispo, fundador de uma ordem religiosa [os redentoristas], já muito velho, andava de cadeira de rodas levado por um irmão.

Uma vez disse ao irmão que não tinha rezado o Rosário inteiro:

“- Se um dia se passar sem que eu reze o Rosário, eu tenho medo pela minha salvação eterna.”

O Rosário cotidiano é a grande garantia da perseverança final.

O Rosário bem pausadamente rezado, é um elemento magnífico para nos alcançar a perseverança que deve nos levar à fidelidade suprema.

Nesta espécie de prolongado Lepanto que vivemos, o Rosário tem um papel verdadeiramente capital.

A minha indicação é de um veemente esforço para rezarmos o Rosário inteiro todos os dias, superando alguma fraqueza ou cansaço.

A Lepanto da vida de cada um de nós, está ligada à recitação diária do Rosário.

Não adianta vir com essa coisa: “Mas afinal, essa devoção ou outra, não é igual?”

Há um ato de humildade em rezar o Rosário entre tantas devoções tão excelentes; porque Nossa Senhora prefere essa devoção; e porque essa devoção é a mais combatida.

Em muitos lugares há a tradição de sepultar os mortos levando na mão um pequeno crucifixo; e que se completou entrelaçando nas mãos do morto um Rosário.

A ideia é essa: o morto se apresenta ao Céu com a Cruz e o Rosário porque o Rosário passou a ser o elemento inseparável da verdadeira piedade cristã.

Os inimigos da Igreja – internos ou externos – não atacam nenhuma devoção a Nossa Senhora tanto quanto atacam o Rosário.

O demônio sente e sabe que Ela quis, por meio do Rosário, dispensar muitas graças.



(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de palestra proferida no dia 7 de outubro de 1964. Sem revisão do Autor. Fonte: PlinioCorrêadeOliveira.info)


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quarta-feira, 18 de setembro de 2024

No aniversário da aparição de Nossa Senhora em La Salette

Há 166 anos, em 19 de setembro, Nossa Senhora apareceu em La Salette e deixou uma mensagem
Em 19 de setembro de 1846, Nossa Senhora apareceu em La Salette
e deixou uma mensagem
Luis Dufaur
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Em 19 de setembro de 1846, há exatamente 178 anos, Nossa Senhora apareceu em La Salette.

Ela deixou uma mensagem da mais alta importância. Essa mensagem, mais conhecida como o Segredo de La Salette, encontra-se transcrita na integridade e em diversas línguas neste blog.

Enquanto Nossa Senhora falava, o magnífico panorama alpino do local se transformou. E as crianças viram nele a efetivação do que Nossa Senhora dizia.

Mas, Nossa Senhora falou também pelo olhar. E disse coisas que as palavras são insuficientes para transmitir.

Mélanie descreveu assim esse olhar de Nossa Senhora:

Olhar de Santa Gemma Galgani
Olhar de Santa Gemma Galgani
“Os olhos da Santíssima Virgem, nossa terna mãe, não podem ser descritos por língua humana.

“Seria preciso um serafim, seria preciso a linguagem do próprio Deus, desse Deus que criou a Virgem Imaculada, obra-prima de sua onipotência.

Olhar de Santa Teresinha
Olhar de Santa Teresinha, OCD

“Os olhos da augusta Maria pareciam mil vezes mais belos que os brilhantes, os diamantes, as pedras preciosas mais procuradas.

“Eles brilhavam como sóis. Eram doces, feitos da própria doçura, luminosos como um espelho.
Olhar de Santa Bernadette Soubirous

“Em seus olhos via-se o Paraíso, eles atraíam a Ela.

“Ela parecia querer dar-se e atrair. Quanto mais eu a olhava, mais a queria ver.


Olhar de São Pio X, Papa
Olhar de São Pio X, Papa
“Quanto mais a via, mais a amava com todas minhas forças.

“Os olhos da bela Imaculada eram como a porta de Deus, de onde se via tudo que pode inebriar a alma.


Olhar de Santa Teresa de los Andes, OCD
Olhar de Santa Teresa de los Andes, OCD
“Quando meus olhos se encontravam com os da Mãe de Deus e minha, sentia dentro de mim uma feliz revolução de amor, uma promessa de amá-la e de me desfazer de amor.

“Quando nos olhávamos, nossos olhos conversavam à sua maneira.

Olhar da Beata Elisabeth de la Trinité, OCD
Olhar da Beata Elisabeth de la Trinité, OCD
“Eu a amava tanto, que teria querido osculá-la entre os olhos.

“Eles enterneciam minha alma e pareciam atraí-la e a fundir com a minha.

“Seus olhos inculcaram um suave tremor em todo o meu ser.
Olhar de São Luís Orione (Don Orione)
Olhar de São Luís Orione (Don Orione)

“Eu temia qualquer movimento que lhe pudesse ser desagradável, por menor que fosse.

“A simples visão dos olhos da mais pura das virgens teria bastado para tornar-se o céu de um bem-aventurado.
Olhar de São João Bosco
Olhar de São João Bosco

“Teria bastado para que uma alma se unisse plenamente com a vontade do Altíssimo, permanecendo assim em meio aos eventos da vida mortal.


“Teria bastado para que esta alma praticasse contínuos atos de louvor, de ação de graças, de reparação e de expiação.
Olhar da Beata Jacinta Marto (vidente de Fátima)
Olhar da Beata Jacinta (vidente de Fátima)

“Esta simples visão concentra a alma em Deus e a torna como uma morta viva que olha todas as coisas da Terra, até as que lhe parecem mais sérias, como se fossem brinquedos de crianças.

Olhar de São Pio de Pietrelcina (Padre Pio)
Olhar de São Pio de Pietrelcina (Padre Pio)
“Ela não desejaria senão ouvir falar de Deus e do que toca na sua glória”.




Enquanto Nossa Senhora falava, no imenso panoarma alpino viam-se os acontecimentos  que Nossa Senhora anunciava e os males que queria evitar para a humanidade pecadora
Enquanto Nossa Senhora falava, no imenso panoarma alpino viam-se os acontecimentos
que Nossa Senhora anunciava e os males que queria evitar para a humanidade pecadora



quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Santa Bernadette em Nevers:
paz de alma no Tabor e no Calvário

Jardim do convento de Nevers
e capelinha onde foi enterrada Santa Bernadette
Luis Dufaur
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Um amanhecer no jardim interno do Convento de Saint-Gildard. Casa Mãe das Irmãs da Caridade de Nevers na França.

A essa Congregação, correntemente chamada das Irmãs da Caridade de Nevers, pertenceu Santa Bernadette.

A vida religiosa da vidente de Lourdes transcorreu precisamente nessa casa, e foi entre suas paredes benditas que ela exalou seu último suspiro.

Ordem grave, profunda e entretanto radiosa tranquilidade na natureza, serenidade das linhas arquitetônicas da fachada... as folhas dos imensos castanheiros dir-se-iam lâminas delgadíssimas de prata ou de cristal, nas quais se condensam os raios solares castos e jubilosos desse esplêndido amanhecer.

Paz, enfim, uma grande paz natural nesse ambiente onde a presença de uma religiosa, como se fora a de um Anjo, parece trazer como riqueza transcendental, algo da paz sobrenatural indizivelmente mais preciosa que habita na alma dos filhos da luz.

E assim como os raios solares, penetrando nas folhas, parecem transformá-las em gotas de sol, dir-se-ia que a paz da natureza e, sobretudo, a paz inefável da graça penetram na alma dessa Religiosa, transformando-a como que numa personificação ou num símbolo vivo da paz interior.

Nevers, capela onde está o corpo de Santa Bernadette
Nevers, capela onde está hoje o corpo de Santa Bernadette
Quando Santa Bernadette passeava por este jardim, quem sabe se todas essas austeras e doces magnificências a ajudavam um pouco a lembrar-se da figura indescritivelmente bela, toda inundada de paz sobrenatural, d’Aquela que o Apocalipse (12, 1) descreve como a Mulher vestida de sol, do sol da verdadeira paz, que é o dom das almas unidas a Deus.

O que são, perto das alegrias dessa paz de alma, as correrias, a agitação, as tempestades passionais, as angústias, a que o mundo, sempre mentiroso, chama de alegria?

É a paz do Tabor.

Pensando nisto, teríamos o desejo de dizer à humanidade as palavras de Nosso Senhor à Samaritana: "Se conhecesses o dom de Deus... ( Jo. 4, 10 ).

(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, “Catolicismo”, março 1960)




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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Lourdes e as provações que temos cada um de nós

Luis Dufaur
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Deus nos envia provações como enviou a todos seus santos e, sobre tudo a Seu Divino Filho na sua Vida, Paixão e Morte.

Nós não podemos nos espantar se Ele enviar também alguma provação pequena, média ou grande para nós.

E nós podemos nos perguntar: quais são as provações mais úteis para a nossa alma?

Evidentemente são aquelas em que nossa aceitação e sacrifício na prova mais agradam a Deus.

Então, quais são as provações que Deus recebe com melhor agrado?

É claro que as minhas disposições internas são as que dão mais glória a Deus.

Por exemplo, quando eu estou sofrendo, sinto o sofrimento e sei que pode dar glória a Deus o fato de sofrer por amor a Ele.

E então fico contente de estar sofrendo porque sei que Ele se regozija, se glorifica com isso e me premiará depois por isso.

Essa é a provação mais meritória.

Então, por exemplo, um homem que está andando na rua, tropeça, cai e machuca um pouco o joelho.

Nos primeiros 50, 60 minutos o joelho incomoda muito, mas ele é obrigado a andar porque tem um compromisso.

É um verdadeiro desagrado andar a pé com o joelho machucado. Mas ele anda e anda com coragem oferecendo a Deus.

Quando está no fim ele quase não aguenta mais, mas percebe que a dor cessou e a provação também. Porém, o que ele deveria dar a Deus ele deu, o sacrifício foi feito de maneira agradável a Deus.

Cessou por exemplo porque um médico lhe deu uma aplicação anestésica, a dor passou e está acabado.

Ele compreende que o sofrimento passou, mas o oferecimento foi feito. E ele fica alegre por ter oferecido.

Isso é a provação aceita por amor de Deus. É dessa atitude de alma que a Escritura diz: “Deus ama aquele que Lhe dá com alegria”.

Mas se essa pessoa fica com horror da dor que está sofrendo e pede a Deus de todos os modos que faça cessar esse sofrimento, então essa provação é grata a Deus?

Nossa Senhora de Lourdes, igreja da Madelaine, Paris
Nossa Senhora de Lourdes,
igreja da Madelaine, Paris
Não seria sempre melhor não pedir a Deus para fazer cessar o sofrimento?

À primeira vista a gente diria que é melhor não pedir a Deus para fazer cessar o sofrimento.

Mas isso é uma simplificação, não é razoável.

Se fosse razoável, Lourdes seria uma contradição.

Porque se a pessoa deve sempre preferir a via do sofrimento, não devia fazer viagens enormes e às vezes custosíssimas como certos doentes fazem até Lourdes para ver se saram.

Ele devia ficar em casa, gemendo e chorando nesse vale de lágrimas.

Mas é que Deus tem seu caminho para cada alma, e a gente não pode padronizar.

De certas almas, Deus quer que sofram para pedirem a Ele a cura e sentirem a misericórdia dEle, e assim se unirem mais a Ele.

E a outras almas, Deus dá uma graça por onde a alma compreende que não deve pedir a cura.

Ele reza então “Senhor, faça-se em mim a Vossa vontade e não a minha”. E essa é uma forma mais perfeita de provação.

Lourdes está aí. Na Gruta de Massabielle na França. No altar da igreja de minha cidade. Na grutazinha de um oratório na região, na rua, até em aeroporto há!

Ou até em minha casa, na pequena imagem da sala, do criado mudo em qualquer parte!

E em cada lugar, Nossa Senhora de Lourdes nos inspira a atitude certa nas nossas provações.

Na minha provação. Na provação do outro. Na provação de cada um.

Na provação do caro leitor deste blog.



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quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Carmelitas de Lourdes expiam pelos peregrinos

Luis Dufaur
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Mas há uma coisa talvez mais bonita ainda em Lourdes, e que é o Convento de Carmelitas que há lá.

Há um convento de Carmelitas em Lourdes, de contemplativas recolhidas que têm o propósito de expiar e sofrer todas as doenças para obter graças para os corpos e para as almas das pessoas que vão lá pedir essas graças.

De maneira que elas nunca pedem a sua própria cura.

Mas aceitam todas as doenças que queiram cair em cima delas em benefício das almas que vão à Gruta de Lourdes para pedir a cura.


Então elas sofrem coisas horrorosas, elas levam às vezes uma vida inteira de sofrimentos.

E, às vezes, morrem de uma morte prematura com o fito, o objetivo especial de fazer bem para as outras almas.


(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, 6.2.65. Texto não revisto pelo autor).



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quarta-feira, 17 de julho de 2024

O inefável da Gruta de Lourdes

Tocando a pedra abençoada da gruta
Tocando a pedra abençoada da gruta
Luis Dufaur
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Quantas vezes, sentado naqueles bancos de metal – sempre imaculados – que há diante da Gruta, eu ficava longos períodos, talvez horas, olhando os peregrinos passar, passar, passar, numa sucessão sem fim.

Que saudade!

Entretanto, diria alguém que ali não esteve: que banalidade!

Ficar ali sentado, vendo passar aquelas pessoas vindas de todos os cantos do mundo, com seus doentes, suas velas, seus papelinhos com pedidos, as fotos do parente ou do amigo, documentos, objetos de piedade e sei lá quantas coisas mais.

E, todos, todos colando sua mão bem espalmada na entrada na Gruta, e assim fazendo o percurso – que não é longo – até saírem.

No fim, a pedra transuda água. Não é a água da fonte e todo mundo sabe disso. É água natural que filtra não sei como pela pedra, muito devagarzinho.

Todo o mundo tenta pegar dessa água, molhar seu lenço, seu papelinho, seu pedido, a foto do parente ou amigo, fazer o sinal da Cruz com ela, etc.

E completado o rápido percurso, quantos se voltam 180º em direção à imagem da Gruta no alto, como que querendo prolongar um pouquinho uma prosa que aconteceu no fundo de sua alma com Nossa Senhora Ela mesma.

O último olhar
Num certo dia, enquanto desfiava o terço, me veio uma coisa à cabeça: por que é que esse pessoal faz isso? Santa Bernadette não fazia, nem falou para fazer...

E, entretanto, eu era um desses que percorria a Gruta toda com a mão espalmada, beijava a pedra úmida, molhava todos os lenços nela, e ainda me voltava para a imagem no fim, sem cessar.

Uma vez, duas vezes, dezenas de vezes, a todas as horas e com todos os frios, no dia e na noite.

O que há?

O que há é inefável, quer dizer, algo que não tem palavras que o descreva, mas que a gente sente no mais fundo da alma como uma voz que falou coisas que ninguém fala.

E vendo aquelas pessoas, eu percebia que elas também percebiam esse inefável, como que incomunicável.

Veja vídeo
VÍDEO: velas de Lourdes
Tudo isso não vai sem uma graça sobrenatural que nos faz entender coisas para as quais as palavras são incapazes.

É uma graça que toca de um modo mais eminente do que outras graças.

A ação dessa graça comunica uma certa ordenação no espírito humano mutilado pela negação intencional do sobrenatural, pelo exagero incessante, quotidiano daquilo que é puramente material, interesseiro, até pecaminoso.

Tocando a pedra abençoada da gruta
Tocando a pedra abençoada da gruta
Fazer essa breve romaria dentro da Gruta de Lourdes introduz a gente num mundo inteiramente diferente daquele onde vivemos todos os dias.

A gente, por assim dizer, é transportado sem esforço a um mundo todo feito de inefáveis.

A mão toca a pedra e colhe a umidade como que querendo apanhar esse imponderável e levá-lo para casa ‘preso’ no lenço ou papelzinho molhado.

A alma que vai passando vai se ordenando. É como se Nossa Senhora afagasse com mão suave, delicada e fresca nossas cabeças atrapalhadas, sarasse nossas feridas da alma, e dissesse para cada um palavras que a gente não sabe repetir.

Esse inefável ameniza o tenso, endireita o torto, restaura o quebrado, suaviza o endurecido, flexibiliza para o espiritual, amolece o empedernido, inspira confiança ao desesperado...

A atmosfera do inefável que cercou o dogma da Imaculada Conceição e as graças que vieram com Lourdes confirmando esse dogma, pouco mais ou menos chegam até nossos dias.

Hoje se pode dizer que as trevas tentam circunscrever o brilho imponderável de Lourdes.

Porém, esse brilho que não entra pelos olhos do corpo, mas pelo olhar da alma, continua se comunicando sem cessar a todos os que ali vão.

Há como que um verdadeiro arco voltaico de graças, um arco-íris sobrenatural, que vem desde Santa Bernadette e o Beato Pio IX no século XIX, em torno do dogma da Imaculada Conceição.

Mil e mil inefáveis de ordem sobrenatural emanam de Lourdes como um orvalho regenerador para a Humanidade.

"Perdão, minha Mãe, perdão! Andei mal!"
Ela ouve sempre.
E onde está a Humanidade? Onde estou eu? O que faz a Humanidade desse dom? O que eu faço dele?

Em qualquer lugar do mundo, olhando estas letras ou quaisquer outras que elevem nossa mente até Nossa Senhora, eu posso ser beneficiado por esse orvalho.

Mas é preciso eu me fechar para a má influência que me rodeia: materialista, pragmática, sensual, igualitária, cristofóbica.

É toda uma nova e boa educação para esses imponderáveis que me é necessária.

E então eu lembro das palavras de Santa Bernadette, quando ela se voltou para o povo no fim da 8ª aparição, num longínquo 24 de fevereiro:

―“Penitência, penitência, penitência!”; e “rezai a Deus pela conversão dos pecadores”, disse ela.

Esse pedido de penitência foi para cada um de nós. Para cada um de nós mudarmos de vida – cada um sabe no quê. E repetido três vezes, como quem diz: entendam bem, é para valer.

O “pecador” precisado de penitência não é o vizinho, nem alguém que a gente não sabe quem é – aliás, também sim.

Mas o primeiro “pecador” que precisa se converter é cada um de nós, sem exceção. Por causa desse “pecador”, Nossa Senhora veio a Lourdes e fez o pedido.

Entretanto, como é fácil essa penitência, essa mudança de vida, de disposições interiores, percorrendo a Gruta como acima está escrito.

A grande questão é nunca esquecer, sempre reavivar a lembrança, na vida quotidiana, sem cessar, pedindo a Nossa Senhora essa graça de nunca diminuir a saudade e a recordação.

E, para quem não foi a Lourdes, pensar em tudo isto e ter a confiança de que pensando nisto o orvalho de Lourdes chegará até onde estejamos e operará essa maravilhosa e inefável transformação em nós também.

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quarta-feira, 3 de julho de 2024

Na consolação ou na aridez, Nossa Senhora age como Mãe

Doentes em Lourdes, uns Nossa Senhora leva pela consolação, outros pela aridez
Doentes em Lourdes, uns Nossa Senhora leva pela consolação, outros pela aridez
Luis Dufaur
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Em Lourdes nós vemos um exemplo de como Nossa Senhora pode agir. E que é um modo diferente do que nós queremos, mas é mais sapiencial.

Há doentes que chegam a Lourdes e tem uma consolação espiritual extraordinária.

Depois, banham-se na piscina, curam-se.

E voltam para casa cantando os louvores de Nossa Senhora.

Esse é um quadro clássico.

Mas há outros doentes que chegam e tem uma aridez do outro mundo.

Eles têm a impressão de que aquilo não da em nada nada. Banham-se na piscina, não saram, e voltam para casa tristes.

Mas, às vezes, no trajeto de volta, saram!

Nossa Senhora quis conceder através da aridez aquilo que Ela não concederia através da consolação.

Porque Ela tem os seus caminhos para cada um.

Então, é também típico caso de Lourdes o das pessoas, por exemplo um surdo que está voltando para casa.

De repente um companheiro lhe faz uma pergunta, ele responde e começa a conversar.

O companheiro:

— Você não está notando que você esta ouvindo?

— Ah, é verdade, imagine! Reza o Magnificat, etc. Aconteceu num momento em que a pessoa menos se deu conta.

Há graças assim que Nossa Senhora da por essa via porque quer aproximar dEla alguns pela aridez.

Procissão de doentes em Lourdes conduzidos por cavaleiros e voluntários da Ordem de Malta
Procissão de doentes em Lourdes
conduzidos por cavaleiros e voluntários da Ordem de Malta
E a outros quer aproximá-los pela consolação.

Ela é Mãe, Ela sabe.

Então, se uma imagem causa uma impressão profunda, não deve ser uma razão para achar que todos têm que ficar também manifestamente impressionados com essa imagem.

Pode ser que alguns não tenham tido essa consolação, essa impressão sensível.

E esses tampouco devem se sentir abatidos ou diminuídos com isso.

Nossa Senhora tem suas vias, Ela é Mãe de misericórdia, e Ela tem em relação a todos que estão lendo estas linhas.

Ela deu ou dará alguma coisa a todos.

De maneira que ninguém ficará sem algo.

É questão de esperar, porque a graça virá.

Ninguém deve se recriminar. Ninguém deve procurasse atribuir a aridez a faltas especiais suas.

A nós se aplicam verdadeiramente as palavras do Memorare (o “Lembrai-vos”): “gemendo sob o peso de nossos pecados” e nos cabe nos prostra aos pés dEla, que é Mãe de misericórdia para os pecadores.

De maneira que não é o caso de nós dizermos: eu tive tal desolação, portanto estou mal nesse e naquele outro ponto.

Nesse pensamento errado entra o demônio da dúvida e do desespero que só prejudica a vida espiritual.

Nessa hora lembremos dos milagres de Lourdes em toda a sua enorme variedade e imprevisibilidade, na consolação ou na aridez.



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