Material para fazer hóstias usado por Santa Bernadette no convento de Nevers. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
1872
Agosto
Irmã Eudoxia Chatelain:
Bernadete tinha uma devoção especial por São José, o que me deixava um pouco impressionada, já que ela era a filha privilegiada de Nossa Senhora.
Um dia, eu a ouvi dizer: “Vou fazer uma visitinha a meu pai”. Era São José: ela ia sempre rezar para ele na capela.
Dizia: “Amem muito o Senhor, minhas filhas. Nisso está tudo”.
Agosto-outubro:
Durante uma recreação, uma noviça pegou um morcego que havia caído. Grandes exclamações. Bernadete estava presente.
Irmã Juliana Capmartin:
“Oh, como é que você pode pegar com a mão um bicho tão horrível!” E acrescentou: “É a imagem do diabo!”
Irmã Marie-Bernard [N.R.: nome de religião de Santa Bernadette] ficou séria e se virou para mim:
“Saiba, irmã, que nenhum animal é a imagem do diabo; só a ofensa a Deus pode ter essa imagem”.
Disse: “Quando insistimos muito em alguma coisa, isso não agrada a Deus”.
Uma vez me surpreendeu lendo meu livro de Filha de Maria, quando ela me havia recomendado que ficasse bem recolhida debaixo das cobertas...
Então tomou bruscamente o livro da minha mão, dizendo: “Eis aqui um fervor vestido de desobediência, é o que eu digo!” Foi inútil pedir meu livro de volta. Não o vi mais...
1873
Maio
Elisa (órfã de Varennes):
Estávamos no ano de 1873 (dia 12 de maio). Bernadete, em visita a Varennes (orfanato dirigido pelas freiras), tinha ido até o oratório de Nossa Senhora, no bosque, com umas vinte órfãs.
Estava convalescendo e mal se segurava em pé...
Quando chegou ao fim da breve peregrinação, Bernadete se sentou e, diante daquele oratório gracioso, dirigiu uma exortação às meninas, no estilo conciso que sempre lhe foi habitual:
“Meninas, amem muito a Nossa Senhora, e rezem muito a ela. Ela as protegerá...”.
Depois convidou suas jovens ouvintes a cantarem alguma coisa. Elas cantaram: “Com minha mãe estarei na santa glória um dia...”.
Junho
Jeanne Jardet (cozinheira):
Eu me lembro de que um ano teve uma longa doença, durante a qual fomos privadas de suas visitas. Quando voltou, irmã Cecília (Fauron, despenseira encarregada das domésticas) felicitou-a por sua cura.
Bernadete respondeu: “Não quiseram saber de mim lá em cima...”. E o disse com uma tal graça, que fiquei com lágrimas nos olhos.
Irmã Eudoxia Chatelain:
Um domingo, a mestra das noviças, madre Teresa Vauzou, permitiu que fôssemos encontrar Bernadete, em grupos de doze ou quinze. Bernadete nos recebeu com muita amabilidade, como se fôssemos irmãs mais novas... Ficamos em círculo ao redor de seu leito, e cada uma disse alguma coisa.
Uma de nós, grande e forte, perguntou a ela se havia sentido medo quando recebeu a extrema-unção.
“Medo de quê?”, disse Bernadete.
“Eu teria medo de morrer se visse o último momento se aproximar!”, disse a outra.
“Oh, nós nunca sabemos qual é esse momento. E quando chega, o Senhor nos dá a força para enfrentá-lo”.
Irmã Gonzague Cointe:
Eu estava na enfermaria. Uma irmã pôs no leito dela a fotografia de uma peregrinação ou da Basílica de Lourdes: “Você ficaria bem contente se fosse à gruta de Massabielle, não é?”.
Toda sorridente, ela ergueu os olhos para o céu e, apesar da crise de asma que a fazia sofrer tanto, respondeu:
“Não, não sinto o desejo disso. Faço generosamente o sacrifício de não mais rever Lourdes. Tenho uma única aspiração, a de ver a Virgem Santa glorificada e amada”.
Madre Henri Fabre:
Quando o bispo de Nevers, de partida para Lourdes, perguntou a irmã Marie-Bernard se queria ir também, ela respondeu:
“Fiz o sacrifício de Lourdes. Verei a Virgem no céu, e será muito mais bonito”.
1874
Inicialmente Santa Bernadette foi enterrada
nesta capelinha, no jardim do claustro do convento de Nevers
Julho
Irmã Vincent Garros:
Um dia, na sacristia, eu quis tocar um purificador.
Ela me deteve, dizendo: “Você ainda não pode fazer isso”.
E a vi pegar o purificador com imenso respeito e recolocá-lo na bolsa. Qualquer um diria que, enquanto o tocava, rezava, tamanho o respeito com que o fazia.
1875
Irmã Julia Ramplou:
Às vezes, durante o trabalho, irmã Marie Mespoulhé rezava o rosário com as irmãs do convento. Irmã Marie-Bernard sublinhava a expressão “pobres pecadores”.
Um dia disseram isso a ela. Irmã Marie-Bernard respondeu: “Oh, sim! Temos de rezar muito pelos pecadores. Nossa Senhora o recomendou”.
1876
Antes de junho
Irmã Marcelina Durand:
Era penoso para ela ficar inativa. Assim, um dia ela disse a uma freira também doente: “Com três ventosas, você se recupera. Mas eu... nada me fará sair daqui”.
E logo elevou o olhar para o céu e disse: “Meu Deus, sede bendito em todas as coisas. Nós temos cada um o nosso meio, o nosso caminho para chegar até Vós”.
Acompanhe online o que está acontecendo agora na própria gruta de Lourdes pela Webcam do santuário.
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Obrigada pela bela compilação
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