No início do século XIX parecia que os inimigos da religião, inspirados na Revolução Francesa iriam devastar a Igreja. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
No século XIX, após as devastações das guerras napoleônicos e a entrada generalizada das doutrinas imorais da Revolução Francesa, inúmeros ambientes católicos estavam em deplorável derrota ou debandada.
Sobre tudo entre os que na sociedade temporal deveriam defender a Igreja e a Civilização Cristã.
Podia se comparar à situação no tempo da invasão bárbara da Europa.
Diante dos hunos todos os generais e governadores do Império Romano se deixaram derrotar ou debandaram.
Foi o que aconteceu diante da Revolução e em número incontável.
Nesta situação, houve uma exceção de nobre e solene dramaticidade.
Foi o beato Papa Pio IX, que como São Leão Magno, foi o único a enfrentar o adversário e a lhe impor a retirada.
Recuar? A proposição parece ousada. Entretanto, nada mais verdadeiro.
A partir de 1854 com a proclamação do dogma da Imaculada Conceição, a Revolução começou a sofrer suas grandes derrotas.
Na aparência e na realidade, a Revolução gnóstica e igualitária e, por isso mesmo, radicalmente anticristã, continuou a desenvolver seu império sobre a terra.
O igualitarismo, a sensualidade, o ceticismo alcançaram vitórias sempre mais radicais e extensas nas leis, nos governos e nos costumes.
E, por incrível que pareça, até no clero e nas fileiras episcopais!
Mas algo de novo surgiu.
O beato Papa Pio IX foi o único a enfrentar o adversário e a lhe impor a retirada |
Por que?
Porque esse algo bom começou a se desenvolver na Igreja que, nos planos de Deus, é o centro da História
A Igreja é a Esposa Mística de Cristo, que Ele ama com amor único e perfeito. Claro está que o Esposo nunca abandona a Esposa, e que é sumamente cioso da glória dEla.
Assim, na medida em que seu elemento humano se conserva fiel a Nosso Senhor Jesus Cristo, a Igreja nada deve temer.
Até as maiores perseguições servirão à sua glória. E as honras enganosas e prosperidades desmobilizadora mais agudas não esmorecerão no povo fiel o senso do dever e o amor à Cruz. Isto no plano espiritual.
De outro lado, no plano temporal, se os homens abrirem sua alma à influência da Igreja, está franqueado a eles o caminho de todas as genuínas prosperidades e grandezas.
Pelo contrário, se a abandonarem, estarão na trilha de todas as catástrofes e abominações.
Para um povo que chegou a pertencer ao grêmio da Igreja, só há uma ordem de coisas normal, que é a Civilização Cristã.
E essa civilização, superior a todas as outras, tem por princípio vital a Religião Católica.
Por sua vez, há para a Igreja três condições de florescimento tão essenciais, que se avantajam sobre todas as outras. Delas nunca será suficiente insistir.
Antes de tudo, está a piedade eucarística.
Nosso Senhor presente no Santíssimo Sacramento é o sol da Igreja. DEle nos vêm toda as graças.
Mas estas graças têm de passar por Maria. Pois é Ela a Medianeira universal, por Quem vamos a Jesus, e por Quem Jesus vem a nós.
A devoção marial intensa, esclarecida, filial, é, pois, a segunda condição para o florescimento da virtude.
Se Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento está presente, mas não nos fala, sua voz se faz ouvir para nós através do Sumo Pontífice.
De onde a docilidade ao Sucessor de São Pedro é o fruto próprio e lógico da devoção à Sagrada Eucaristia e a Nossa Senhora.
Quando, pois, estas três devoções florescem, cedo ou tarde a Igreja triunfa. E, a contrario sensu, quando elas estão em declínio, cedo ou tarde a civilização cristã decai.
Na época de que falamos de há muito, vinham sendo os meios católicos da Europa e da América trabalhados por uma verdadeira lepra, que era o jansenismo.
Essa heresia tinha em mira precisamente enfraquecer a Igreja, minando a devoção ao Santíssimo Sacramento sob as aparências de um falso respeito.
De outro lado, o jansenismo movia uma campanha insistente contra a devoção a Nossa Senhora, que acusava de desviar de Jesus Cristo, em lugar de conduzir a Ele.
E, por fim, essa heresia movia luta incessante contra o Papado, e especialmente contra a infalibilidade do Sumo Pontífice.
Por causa de todo isso, a definição do dogma da Imaculada Conceição foi o primeiro dos grandes reveses sofridos pelo inimigo interno e externo.
Com efeito, nasceu daí uma imensa caudal de piedade mariana, que se vem avolumando cada vez mais.
Beato Pio IX proclama o dogma da Imaculada Conceição. Sant'Andrea della Valle, Roma |
E para glorificar ainda melhor sua Mãe, Nosso Senhor fez em Lourdes, como estrondosa confirmação do dogma.
E mais ainda, fez o que nunca antes se vira: instalou no mundo o milagre por assim dizer em série e a título permanente.
Até então, o milagre aparecera na Igreja esporadicamente.
Mas em Lourdes, as curas mais cientificamente comprovadas e de origem mais autenticamente sobrenatural se dão, há quase duzentos anos, a bem dizer a jato contínuo.
E o século confuso e desnorteado ficou posto diante desse triunfo insuperável da Mãe de Deus, com a invocação de Nossa Senhora de Lourdes.
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